Évora torna-se palco de marionetas de 27 companhias nacional e estrangeiras
Os Bonecos de Santo Aleixo, títeres tradicionais do Alentejo, são os anfitriões da 16.ª Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME), que começa na terça-feira, e convidaram para a festa “amigos” de 27 companhias nacionais e estrangeiras.
Promovido pelo Centro Dramático de Évora (Cendrev), em parceria com a câmara e o Ministério da Cultura, esta edição do evento vai decorrer até domingo, com espetáculos distribuídos por 16 espaços diferentes da cidade alentejana.
Segundo o programa da BIME, estão previstas 94 apresentações de teatro de marionetas por 27 companhias oriundas de Espanha, Brasil, Grécia, Dinamarca, Itália, França, Bélgica, Reino Unido e Cabo Verde, além de Portugal.
Os espetáculos vão ter lugar em vários jardins, largos e praças do centro histórico de Évora e também em locais como o Teatro Garcia de Resende, o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, o Palácio D. Manuel e o Espaço Celeiros.
Manipulados por atores do Cendrev, os anfitriões Bonecos de Santo Aleixo sobem ao palco, no sábado e domingo, últimos dias do evento, no Palácio D. Manuel, com “O auto da criação do mundo”, uma das peças do seu repertório.
Já o primeiro dia é preenchido com o habitual cortejo de abertura, com início às 17:30, e o espetáculo “Maiakovski – O Regresso do Futuro”, das companhias Teatro de Ferro e Teatro de Marionetas do Porto, às 21:00, no Teatro Garcia de Resende.
Entre as companhias participantes, encontram-se ainda as portuguesas Red Cloud – Teatro de Marionetas, Era Uma Vez – Teatro de Marionetas, Trulé – Investigação de Formas Animadas e Partículas Elementares.
Os cabo-verdianos do Saaraci Coletivo Teatral e os brasileiros da Mamulengo Presepada e da companhia Teatro da Recusa também vão marcar presença na BIME.
O maior contingente estrangeiro é espanhol, com sete companhias: Eudald Ferré, La Puntual, Compañía Toni Rumbau, Títeres de la Tía Elena, Txo Titelles, Compañía Javier Aranda e Teatro La Estrella.
Também participam os franceses Le Petit Miracle, Compagnie Théâtres de Marionettes – Daniel Raffel, Compagnie Pelele e Théâtre Jaleo, os italianos El Bechin e Cía. Dromosofista, os dinamarqueses Alex Barti e Sofie Krog Theater, os belgas Les Contes d’Asphaldt, os gregos Bufos Puppet Theatre e o britânico Stephen Mottram.
A exposição “Marionetas: Escultura e personagem”, de Helena Millán, com curadoria de Adolfo Ayoso, que fica patente, até 02 de julho, no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, é outros dos atrativos da bienal.
O programa inclui ainda duas sessões do seminário “A marioneta: Um património em constante transformação”, com coordenação de Christine Zurbach, do Centro de História de Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora, na quarta e sexta-feira, no Palácio do Vimioso.
A BIME conta com financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes) e da Câmara de Évora, no âmbito de uma candidatura ao concurso de apoio à programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP).
A primeira edição da BIME teve lugar em 1987, mas o processo de criação do evento foi iniciado, em 1980, pelo Cendrev, que é proprietário dos Bonecos de Santo Aleixo, marionetas tradicionais de varão do Alentejo.