Exposição fotográfica de José Sarmento Matos, “Jamaika”, chega ao Porto
“Jamaika”, exposição fotográfica de José Sarmento Matos, estreia no Porto, no próximo dia 11 de Janeiro, na Leica Gallery Porto. E ficará patente até dia 15 de Março.
Esta exposição é um retrato profundo e sensível da vida no Bairro da Jamaica, um espaço carregado de histórias, mediatizado pelas capas de jornais e inúmeras notícias de que foi alvo ao longo dos anos. Oficialmente conhecido como Bairro de Vale de Chícharos, na margem sul do rio Tejo em Portugal, o Bairro da Jamaica tornou-se um símbolo controverso das tensões sociais e das dinâmicas culturais que marcam o país.
“José Sarmento Matos dá-nos a conhecer as pessoas entre paredes. Sobre a vida que tinham, as suas alegrias, as suas lutas, os seus desejos e sonhos, as suas frustrações e tristezas. Sobre as desigualdades e preconceitos de que eram alvo, sobre as suas famílias, sobre viver em comunidade, sobre um passado que está ainda hoje muito presente, sobre o futuro. O futuro destas pessoas, o futuro do bairro, mas principalmente o futuro da sociedade, que convive com tantos “Bairros da Jamaica” diariamente.”, assume Magda Pinto, curadora da galeria.
“Para esta exposição, entendemos que mais do que mostrar o bairro e as dificuldades de quem lá vivia, deveríamos celebrar a força e resiliência dos seus habitantes e incitar à reflexão e empatia de quem vê estas fotos. Jamaika é assim muito mais do que um registo fotográfico do Bairro da Jamaica, é um convite à reflexão sobre os evidentes contrastes que caracterizam a nossa sociedade e sobre como lidamos com eles.”, refere ainda Magda Pinto.
Desde 2021 que o fotógrafo José Sarmento Matos tem continuado a documentar de perto e de um modo intimo a vida da comunidade, que é composta principalmente por imigrantes de ex colónias portuguesas — Angola, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe — e segunda e terceira geração de cidadãos portugueses.
98% do Bairro da Jamaica foi demolido entre 2022 e 2023, os edifícios foram destruídos e as famílias mudaram-se para melhor habitação, o ‘Jamaika’ como comunidade prevaleceu. O sentido de partilha, amor e carinho perdurará para além da sua antiga localização física (Vale de Chícharos) e continuará a fazer parte da vida de quem lá viveu.
