Exposição “Não sofra mais” de Ragnar Kjartansson é inaugurada em Coimbra
A bienal Anozero inaugura hoje, em Coimbra, “Não sofra mais”, a primeira exposição do artista islandês Ragnar Kjartansson em Portugal, que vai contar com algumas das suas obras mais icónicas, mas também inéditos.
Com o título inspirado na frase dos pacotes dos rebuçados Dr. Bayard, a exposição é inaugurada hoje, às 21:00, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, espaço que é o “epicentro” da bienal (que terá nova edição em 2024).
Patente até 16 de julho, naquele mosteiro abandonado será possível encontrar inéditos pensados para o local, mas também algumas das obras mais conhecidas do artista islandês, como “The Visitors”, uma instalação vídeo, que foi considerada em 2019 a melhor obra de arte do século XXI até à data pelo jornal britânico The Guardian.
Estarão também presentes obras como “A Lot of Sorrow”, uma performance gravada em 2013 com a banda The National, em que o grupo toca em ‘loop’, ao longo de seis horas, a canção “Sorrow”, que tem sensivelmente três minutos e 30 segundos, ou “God”, onde o artista, vestido à imagem de um ‘crooner’, volta a recorrer à performance duracional, cantando repetidamente uma única frase – “Sorrow conquers happiness [A tristeza vence a felicidade]” -, acompanhado por uma pequena orquestra.
A ideia inicial da organização era a de instalar “Visitors”, “God” e “A Lot of Sorrow”, mas Ragnar decidiu ocupar toda a ala do refeitório e a ala por cima desta, apresentando um total de 13 obras, cinco das quais inéditas.
Uma das obras passará por um filme num pequeno oratório que descobriu no espaço, haverá uma aguarela com a inscrição “Não sofra mais”, um grande desenho de montanhas em contraplacado de uma série existente do artista, assim como uma peça de luz “enorme”, com oito metros de largura, também com o nome da exposição, que estará instalada na torre virada para a cidade de Coimbra.
A melancolia ou a ironia são alguns dos temas explorados por Ragnar Kjartansson, um artista “com uma enorme coerência conceptual”, que explora a ideia do mundo como “uma grande encenação” a partir de performances duracionais, repetidas até à exaustão, afirmou à agência Lusa Carlos Antunes, diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), uma das entidades que organiza a bienal Anozero.
A exposição poderá ser vista de quarta-feira a domingo, das 11:00 às 19:00, a partir de dia 14.