Faculdade de Arquitectura U.Porto reflecte sobre os desafios urbanos contemporâneos

por Comunidade Cultura e Arte,    13 Dezembro, 2021
Faculdade de Arquitectura U.Porto reflecte sobre os desafios urbanos contemporâneos
Fotografia de Diogo Palhais / Unsplash
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A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), através do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo, organiza no dia 15 de dezembro, entre as 9h00 e as 18h30, o Seminário “Porto 2021, 20 anos depois”. Com organização dos docentes e investigadores Álvaro Domingues, Teresa Calix e da investigadora e estudante de doutoramento da FAUP Patricia Reis, a iniciativa evoca a memória recente da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura para refletir, com um conjunto alargado de convidados de diferentes áreas, sobre os desafios hoje existentes nos modos de pensar, viver e transformar a condição urbana do presente vistos a partir do Porto.

A par da vertente da programação cultural, a renovação urbana constitui-se como um dos eixos de orientação estratégica da Porto 2001 CEC, motivando intervenções que alteraram significativamente a feição de parte da cidade, como o redesenho dos espaços públicos na Baixa do Porto e os novos ou renovados equipamentos culturais como a Casa da Música na Boavista, modificando a paisagem urbana e reforçando a nova centralidade. Tendo reconfigurado radicalmente a vida cultural e artística da cidade, a Porto 2001 contribuiu significativamente para a sua internacionalização, simbolicamente iniciada com o reconhecimento do Porto como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO, em 1996, e que prosseguiu nos anos seguintes, nomeadamente, com a intensificação do turismo na última década.

Na atualidade, cultura e desenvolvimento urbano estão, como sempre, associados, particularmente nos casos de maior investimento e visibilidade como são o restauro criterioso do Mercado do Bolhão que mantém sua função, ou o apelo da arquitetura icónica como promotora de desenvolvimento do sector oriental da cidade com o projecto para o Matadouro em Campanhã. 

A abertura do Seminário “Porto 2021, 20 anos depois” vai contar com intervenções de João Pedro Xavier, Director da FAUP, e Fátima Vieira, Vice-Reitora da Universidade do Porto.

O programa da iniciativa tem início às 9h00 com uma mesa redonda “20 anos depois” que vai contar com a presença da vereadora da Câmara Municipal do Porto em 2001 e nos dez anos precedentes, Manuela de Melo, cuja visão e acção tornaram possível a Capital da Cultura; do professor Álvaro Domingues, que integrou a equipa responsável pela elaboração da proposta da Porto 2001; e do jornalista do Público, Sérgio C. Andrade, com a sua visão atenta ao campo da actividade cultural/artística no Porto.

Segue-se o debate “Porto 2021, oportunidades para novos projetos”, às 11h45, com a intervenção do Vereador da Câmara Municipal do Porto Pedro Baganha, a visão atual da autarquia portuense sobre como a cultura tem significado uma oportunidade para novos projetos urbanos, bem como veículo de desenvolvimento e coesão social e territorial. Os professores e arquitectos Nuno Grande e Marta Labastida avaliam o momento e refletem sobre possíveis desafios de intervenção.

O painel “Olhares sobre a cultura e a cidade” tem início às 15h00 e traz a visão institucional do Diretor Artístico do Museu da Cidade do Porto, Nuno Faria; o depoimento de quem está no terreno a promover projectos culturais pioneiros, com Manuela Matos Monteiro, Diretora das Galerias Mira em Campanhã; e a análise sociológica do professor João Teixeira Lopes, do Instituto de Sociologia da UP.

Por fim, às 16h45, o painel “Olhares prospectivos” provoca uma reflexão para o futuro. No momento em que diversas cidades portuguesas concorrem à próxima Capital Europeia da Cultura 2027, o que se discute a respeito deste e de outras oportunidades, Luís Sousa Ferreira, programador cultural e consultor do projeto Braga 2027, dará conta da sua experiência e expectativas. Por fim, Guilherme Wisnik, professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, curador e crítico de arte brasileiro, traz uma reflexão sobre o estado de incerteza no mundo atual e os desafios culturais e artísticos para uma política pública urbana em tempos de globalização e aprofundamento de tensões sociais.

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