Festival de Roterdão começa hoje com programação fértil em cinema português

por Lusa,    30 Janeiro, 2025
Festival de Roterdão começa hoje com programação fértil em cinema português
“Primeira Pessoa do Plural”, de Sandro Aguilar

O Festival de Cinema de Roterdão começa hoje nos Países Baixos, com mais de uma dezena de filmes portugueses, nomeadamente uma primeira obra de Maria Inês Gonçalves e filmes de Sandro Aguilar, Pedro Serrazina e José Filipe Costa.

A 54.ª edição deste festival decorrerá até 09 de fevereiro contando, entre outros, com “La Durmiente”, de Maria Inês Gonçalves, na competição de curtas-metragens. Filmado no Mosteiro de Sancti Spiritus, em Espanha, onde está sepultada Beatriz de Portugal, o filme aborda fragmentos da vida desta infanta com recurso a um elenco só com crianças.

Noutras duas secções competitivas estão, em estreia, “Primeira Pessoa do Plural”, de Sandro Aguilar, e “Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar”, de José Filipe Costa.

Num regresso a Roterdão, Sandro Aguilar apresenta uma ficção sobre um microcosmos familiar, de um casal prestes a celebrar vinte anos de casamento, um filho adolescente e uma ausência marcante na relação entre todos. As interpretações são de Albano Jerónimo, Isabel Abreu e Eduardo Aguilar.

Em “Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar”, José Filipe Costa inspirou-se em factos reais para ficcionar os derradeiros dias de António de Oliveira Salazar, acometido de um AVC e que, em convalescença, acreditava ainda que era Presidente do Conselho.

O filme é protagonizado por Jorge Mota e por Catarina Avelar, esta no papel da governante Maria de Jesus, além de Vera Barreto, Carolina Amaral, Cleia Almeida, entre outros.

Na secção de curtas e médias metragens está “Sombras de nós próprios”, de Pedro Serrazina, um filme experimental que, segundo a produtora, “explora visual e sonicamente a perturbante sensação de vigilância crescente nas nossas sociedades”.

Na mesma secção, figuram ainda “Cinzas e nuvens”, da belga Margaux Dauby, sobre mulheres bombeiras que vigiam a paisagem portuguesa por causa dos incêndios, a produção luso-brasileira “Quem se move”, de Stephanie Ricci, rodada em Lisboa, “Vultosos Cumes”, ficção de Diogo Salgado, “Amarelo Banana”, primeira animação de Alexandre Sousa, e “A última colheita”, do cabo-verdiano Nuno Boaventura Miranda, com coprodução portuguesa.

O realizador espanhol Lois Patiño vai estrear em Roterdão o filme “Ariel”, inspirado numa obra de Shakespeare, rodado nos Açores, numa coprodução portuguesa.

Filmado ao longo de quinze anos, “na fronteira ancestral entre a Galiza e Portugal”, o filme “Deuses de pedra”, do realizador espanhol Iván Castiñeiras Gallego, também fará a estreia em Roterdão, numa produção entre Portugal, Espanha e França.

Para famílias e crianças, Roterdão escolheu a animação “A menina com os olhos ocupados”, de André Carrilho, a partir de um premiado livro ilustrado homónimo do autor.

No extenso programa divulgado ‘online’ é possível ainda ver que Roterdão incluirá o filme “O Bobo” (1987), de José Álvaro de Morais, e contará com alguns dos filmes que já passaram por outros festivais, nomeadamente “Grand Tour”, de Miguel Gomes, “On Falling”, de Laura Carreira, e “Tardes de Soledad”, do espanhol Albert Serra, com coprodução minoritária portuguesa.

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