Festival de Toronto adivinha corrida histórica ao Óscar de melhor atriz

por Gabriel Margarido Pais,    18 Setembro, 2016
Festival de Toronto adivinha corrida histórica ao Óscar de melhor atriz
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Chegou ao fim mais uma edição do TIFF (Toronto International Film Festival), festival criado em 1976 que rapidamente se poisicionou como um dos mais importantes do planeta, e talvez o mais mediático, à exceção dos Óscares da Academia. Foram mais de 350 filmes em apenas 11 dias (!) repletos de estrelas estabelecidas de Hollywood, desconhecidos e promessas para o futuro. Devido a este número elevado de filmes em tão poucos dias de festival, o TIFF tem-se tornado um festival para comprovar a qualidade de filmes prestigiados e galardoados em festivais prévios, como os de Cannes, Veneza (onde Nuno Lopes foi galardoado) e Berlim.

O TIFF também tem sido o festival apontado como o melhor indicador dos filmes que estarão presentes na cerimónia mais aguardada do ano. Foi neste festival, em 2014, que Eddie Redmayne ganhou parte do prestígio e fama que hoje goza, sendo nele apresentado The Theory of Everything, e, na mesma edição, Juliane Moore voltou à ribalta com Still Alice. Estes viriam, mais tarde, a vencer os Óscares de melhor ator e melhor atriz, respetivamente.

Repleto de estreias mundiais há muito aguardadas, como Lion, Sing, Lady Macbeth ou Nocturnal Animals, foram duas atrizes que tomaram o festival de assalto e ficaram nas bocas do mundo, sendo que se adivinha uma corrida histórica ao Óscar de melhor atriz, em fevereiro de 2017.

Uma das personagens principais desta corrida a duas pessoas é Natalie Portman. A interpretação de Portman de Jackie Kennedy (mulher do antigo presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy) está a ser descrita pela imprensa e público do TIFF como a melhor prestação da atriz até à data, o que não é dizer pouco de uma atriz que protagonizou filmes como V for Vendetta ou Black Swan. Jackie foca-se nos tempos após a morte de John F. Kennedy em que Jacqueline tem de superar o luto e o trauma para consolar as suas crianças e definir o legado histórico do marido.

Seria um dado garantido não fosse outra icónica prestação, da que será a maior opositora de Portman na corrida ao Óscar. Desta vez, no filme La La Land, destacou-se a performance de Emma Stone. Mais uma vez, o que os críticos e movie goers tiveram a dizer da prestação da atriz no musical de Damien Chazelle foi que simplesmente a atriz nunca teve uma prestação tão boa. Stone interpreta Mia, uma personagem que roça o cliché, sendo uma rapariga de uma cidade pequena que sonha atingir o estrelato em Hollywood. No entanto, Emma conseguiu, segundo variados relatos, dotar a personagem de uma paixão extremamente realista, apesar de todos os fantásticos números musicais que a rodeavam. Esta corrida será certamente uma que ficará para a história.

Apesar de se adivinhar uma corrida a duas pessoas, outras das atrizes que poderão segurar uma nomeação ao Óscar são Viola Davis, com o filme Fence, Annette Bening com 20th Century Woman ou Amy Adams em Nocturnal Animals, que também estreou em Toronto.

Em Toronto foram também várias as prestações masculinas que mereceram destaque. Entre elas, são de salientar as de Michael Shannon em Nocturnal Animals, Jack Reynor em Free Fire e o estreante Sunny Pawar, que interpreta Saroo em Lion, um rapaz indiano de 5 anos que se encontra perdido a milhares de quilómetros de casa. Relatos da imprensa internacional dizem que Sunny teve apontamentos de brilhantismo difíceis de alcançar mesmo com atores do triplo da sua idade, sendo que o filme simplesmente não funcionaria sem ele. Tudo isto no seu primeiro filme!

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O prémio mais importante da noite, o People’s Choice Award, acabou por ser atribuído a La La Land, de Damien Chazelle. No ano passado, a produção galardoada com este prémio foi Room, que acabaria por garantir nomeações nos Óscares para os prémios de melhor filme, melhor realizador e melhor guião adaptado, garantindo a Brie Larson o Óscar de melhor atriz.

A lista dos vencedores de todos os prémios pode ser vista aqui:

People’s Choice Award: “La La Land,” Damien Chazelle

People’s Choice Award For Documentary: “I Am Not Your Negro,” Raoul Peck

People’s Choice Award For Midnight Madness: “Free Fire,” Ben Wheatley

Platform Prize: “Jackie,” Pablo Larrian

Platform Prize, Special Mention: “Hema Hema: Sing Me a Song While I Wait,” Khyentse Norbu

Best Canadian Feature Film: “Those Who Make Revolution Halfway Only Dig Their Own Graves,” Mathieu Denis and Simon Lavoie

Best Canadian First Feature Film: “Old Stone,” Johnny Ma

Prizes of the International Critics (FIPRESCI Prize) for Special Presentations Section: “I Am Not Madame Bovary,” Feng Xiaogang

Prizes of the International Critics (FIPRESCI Prize) for Discovery Section: “Kati Kati,” Mbithi Masya

Dropbox Discovery Programme Filmmakers Award: “Jeffrey,” Yanillys Perez

NETPAC Award For World or International Asian Film Premiere: “In Between,” Maysaloun Hamoud

Best Short Film: “Imago,” Ribay Gutierrez

Best Canadian Short Film: “Mutants,” Alexandre Dostie

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