Festival Mucho Flow, em Guimarães, fecha cartaz com mais 15 nomes
São 2 dias, 3 salas, e 20 artistas que compõem o cartaz do Mucho Flow. O festival vimaranense, que este ano se apresenta em formato alargado e celebrativo dos 10 anos da Revolve, volta a pautar-se pela programação vanguardista e transversal.
Juntam-se ao cartaz Iceage, Bbymutha, Born In Flamez, Croatian Amor, CTM, Damien Dubrovnik (showcase 10 anos da editora dinamarquesa Posh Isolation), Hiro Kone, Holocausto Canibal, Jasss, Djrum, Mun Sing,Gabriel Ferrandini, Tende
Anunciados estavam já os nomes de Amnesia Scanner, Heavy Lungs, Montanhas Azuis, Chinaskee, Dada Garbeck e Marco Franco.
Numa constante corrida para estarem sempre um passo à frente de sim mesmo, os dez anos que nos separam desde os inícios destes Iceage habituaram-nos a esperar sempre o novo do colectivo dinamarquês. Depois de dois discos marcados pelas infuências post-punk e hardcore, New Brigade e You’re Nothing, o grupo liderado por Elias Bender Rønnenfelt chegou-nos com Plowing Into the Field of Love, um registo onde se procuram espaços mais lentos e luminosos. Beyondless, lançado no ano passado, parte desse desejo de incluir novas paletes sonoras e com isso, traz a ideia de risco para o centro da acção da banda que em tempos Iggy Pop descrevia como “tendo uma sonoridade perigosa”. Um disco que é, declaradamente, uma ponte entre o passado e o futuro da banda, que serve de prova à sua tenacidade e nos assegura que ainda há muitos capítulos para ler neste punk letrado que, insistentemente, transforma raiva em arte.
É um dos temas fortes do espaço público, cultural e social dos últimos anos. Derreter as barreiras de género, as concepções de identidade normativa e ocupar a cultura com a mais diversa panóplia de representações tem sido o trabalho-luta de um novo grupo de artistas por todo o mundo. É aqui que encontramos nomes como Born in Flamez e Bbymutha, a primeira a trabalhar nas fronteiras entre o pop, lofi, grime e música clássica, a segunda a liderar uma nova geração de rappers do sul da Europa. Ambas se estreiam em Portugal em Novembro, atirando-nos à cara a necessidade de um novo discurso onde as mulheres podem ser sexuais, vulgares, agressivas e ambiciosas.
Multi-instrumentista de formação clássica, Hiro Kone tem vindo a assumir-se como uma das mais interessantes produtoras a usarem a música electrónica como espaço para debater os temas do humano. Em Love is the Capital, o longa duração de estreia, examina um sem número de questões demasiado relevantes para serem ignoradas, do estado ao egoísmo, da ansiedade ao optimismo. Depois da estreia em Portugal no ano passado, a produtora apresenta a norte o seu techno austero e político, num concerto que é também luta por um bem maior.
Ao longo da última década, têm sido múltiplas as formas que conhecemos a Loke Rahbek, produtor dinamarquês e um dos fundadores da editora Posh Isola
tion, que vem celebrar o 10º aniversário também ao Mucho Flow. Em Croatian Love encontramos a sua face mais gentil: música ambiental que circula por entre a tragédia e o conforto, procurando novas narrativas que estarão algures entre os espectros mais góticos de Arca e o terror dos Throbbing Gristle. Croatian Love actua em Guimarães em Novembro onde apresentará a sua mais recente edição, Isa, integrado numa colaboração especial entre Revolve e a sua editora que incluirá ainda as actuações de CTM e Damien Dubrovnik.
Pela sétima edição do Mucho Flow passam ainda Jasss, Mun Sing, DJ Rum e os nacionais Gabriel Ferrandini, Holocausto Canibal, Tendency, Die Von Brau e Dj Lynce.
O Mucho Flow acontece a 1 e 2 de Novembro e vai, pela primeira vez, ocupar diferentes salas da cidade: CIAJG (Plataforma das Artes de Guimarães), Edifício dos CTT, e o S. Mamede CAE. Os passes gerais estão à venda online (aqui) ao preço reduzido de 25€ até 21 de Outubro, com mais pontos de venda a serem anunciados brevemente.
Mais informações no Evento do Facebook e Instagram do Mucho Flow.