Festival Semibreve acontece esta semana, em Braga
Após um ano atípico no qual a programação do festival se limitou ao online — e apesar disso, ainda com a programação de excelência a que nos tem habituado nos últimos dez anos — o Semibreve volta aos palcos da Braga natal, com espectáculos no Theatro Circo e gnration, assim como noutros locais emblemáticos e já habituais do festival. Acolhemos com agrado o regresso do festival: é uma data nobre no calendário cultural da cidade e uma referência, nos domínios da música experimental e arte digital, para muitos melómanos pelo resto da Europa.
O festival decorrerá entre quinta-feira e Domingo, de 28 a 31, e celebra muitos nomes já conhecidos do festival, e sempre bem-vindos: Christina Vantzou colabora com John Also Bennett no concerto de abertura, no Santuário do Bom Jesus; no dia seguinte, Klara Lewis e Nik Void, ambas repetentes no festival, apresentam o resultado de uma residência artística promovida pelo festival em 2020, e serão acompanhadas, na imagem, por Pedro Maia. Há, de facto, várias outras colaborações (Laurel Halo + Oliver Coates, Rabih Beaini + Angélica Salvi + Eleonor Picas, Zeena Parkins + André Gonçalves) no palco do Theatro Circo, mas, como habitual, o Semibreve vale também pelas outras propostas que traz.
Decorrerão quatro durational performances, com âmbitos temporais de cerca de três horas: duas delas entregues a editoras portuguesas (Turva e Mera), e as outras a cargo de Flora Yin-Wong e Yvette Janine Jackson c/ Judith Hamann. São propostas inéditas que levantam muita curiosidade sobre a experiência de um formato tão longo, mas que se enquadram perfeitamente na identidade do Semibreve. E há ainda, claro, as várias instalações artísticas, onde figuram vencedores do habitual prémio EDIGMA Semibreve (que se extende, desde o ano passado, com os prémios EDIGMA Semibreve Scholar, destinados a estudantes universitários), e as conversas com artistas presentes no festival, moderadas por Rui Miguel Abreu e Heitor Alvelos.
Guardamos especial expectativa para Supersilent, guiados por Helge Sten — que, sob o nome de Deathprod, já deu um dos mais intensos concertos de que o Theatro Circo tem memória — e o português Rafael Toral. Mas o Semibreve são quatro dias, e todos eles apontados à descoberta e experimentação. Se ainda não faz parte da vossa agenda, pensem nisso: no site oficial, os bilhetes já estão a esgotar.