Filmes de João Canijo e Marco Martins os mais premiados dos prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema
Os filmes “Mal Viver”, de João Canijo, e “Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, foram os mais premiados na cerimónia dos prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, que decorreu no domingo no Casino Estoril, Cascais.
Numa edição em que se celebrou “Cinema e Liberdade”, a propósito dos 50 anos da revolução de Abril, deram-se ‘vivas’ à diversidade do cinema português, que “é quase um milagre quotidiano”, como afirmou o ex-diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa, a quem foi entregue o Prémio de Mérito e Excelência.
Na 13.ª edição dos Sophia, João Canijo recebeu o prémio de Melhor Realização e conquistou ainda o de Melhor Filme por “Mal Viver”.
Este é um drama de uma família, de várias gerações de mulheres, que gere um hotel; uma obra que se conjuga num díptico com a longa-metragem “Viver Mal”, ambas produzidas por Pedro Borges, da Midas Filmes.
Com João Canijo ausente da cerimónia, os prémios foram recebidos pelo produtor, Pedro Borges, e pelas atrizes que entraram no filme, nomeadamente Cleia de Almeida, Anabela Moreira e Beatriz Batarda.
No agradecimento, Pedro Borges disse que “o Instituto do Cinema e do Audiovisual não está bem, precisa de ser reformado”.
Por conta ainda de “Mal Viver”, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda o Sophia de Melhor Atriz Secundária a Madalena Almeida e o de Melhor Montagem a João Braz.
Na 13.ª edição dos Sophia, “Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, retrato da emigração portuguesa no Reino Unido, somou também quatro prémios para Beatriz Batarda (Melhor Atriz Principal), Romeu Runa (Melhor Ator Secundário), João Ribeiro (Melhor Direção de Fotografia) e Miguel Martins e Rafael Cardoso (Melhor Som).
“Viva a liberdade, mas sejamos estoicos e façamos da casa da nossa democracia um exemplo para todas as casas do nosso país. Xenofobia, misoginia, transfobia, discurso do ódio, não, não pode, seu ignorante”, disse o ator Romeu Runa no discurso de agradecimento.
“Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, venceu três Sophia nas categorias de Guarda-Roupa, Direção de Arte e Maquilhagem e Cabelos.
O filme “Não Sou Nada – The Nothingness Club”, de Edgar Pêra, que era o mais nomeado desta edição, recolheu duas estatuetas, de Melhor Caracterização e Efeitos Especiais e para Melhor Ator Principal, para Miguel Borges.
Carlos Conceição conquistou o prémio de Melhor Argumento Original para o filme “Nação Valente”.
Destaque ainda para prémios atribuídos no cinema de animação.
A longa-metragem “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, venceu o Sophia de Melhor Argumento Adaptado, para Virgílio Almeida, “Sopa Fria”, de Marta Monteiro, venceu o de Melhor Curta-Metragem de Animação, e a longa-metragem “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, recebeu dois prémios, nas categorias de Melhor Canção e Melhor Banda Sonora.
O Sophia de Melhor Série ou Telefilme foi para a “Rabo de Peixe”, realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira, e produzida para a plataforma de ‘streaming’ Netflix.
Joana Botelho venceu o Sophia de Melhor Curta-Metragem Documental com “Coney Island – As Primeiras Vezes”, Basil da Cunha venceu na categoria de curta-metragem de ficção, com “2720”, e “Viagem ao Sol”, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias, obteve o Sophia de Melhor Documentário.
Durante a cerimónia, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda os Sophia de Carreira ao músico e compositor Luís Cília e ao realizador Rui Simões.
“Nós somos o cinema português, que é maravilhoso e lindo, seja onde for. Temos uma cinematografia de que nos devemos orgulhar”, afirmou Rui Simões no agradecimento do prémio.
O prémio Sophia Estudante foi para “Défilement” de Francisca Miranda, da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e a academia anunciou ainda que os prémios Nico, de revelação, vão ser atribuídos à atriz Ulé Baldé e aos atores Rúben Simões e Salvador Gil.