Fotografias de Angela Magalhães, Bárbara Monteiro e Rui Caria vão estar em exposição em Londres

Imagens captadas pelos portugueses Angela Magalhães, Bárbara Monteiro e Rui Caria fazem parte da exposição dos Prémios Mundiais de Fotografia, que abre hoje em Londres e celebra os trabalhos de vencedores e finalistas.
Concorrente na categoria de fotografia de rua, Angela Magalhães, portuense de 71 anos, venceu o Prémio Alpha Female, criado pela Sony para “promover o talento fotográfico feminino e divulgar o seu trabalho junto de um público internacional”.
A fotografia, com o título “Festa de S. Martinho”, mostra duas mulheres vestidas de forma tradicional a saltar uma fogueira onde estão a ser assadas castanhas, durante um festejo em Braga pelo grupo Rusga de S. Vicente – Grupo Etnográfico do Baixo Minho.
O anúncio da vencedora desta categoria coincidiu com o Dia Internacional da Mulher, em 08 de março.
Bárbara Monteiro foi finalista da categoria Perspetivas da secção para Profissionais com o projeto “This Is Heaven” (Isto é o Céu), centrado no tema dos funerais, realizado ao longo de cinco meses e que mostra desde os bastidores de casas funerárias a cemitérios ou crematórios.
As imagens, segundo a descrição, pretendem “tratar a morte não como um acontecimento pesado e temível, mas como uma parte rotineira da vida” e iniciar um “diálogo mais profundo sobre a finitude da vida e normalizar as conversas sobre a morte e as pessoas que trabalham com ela”.
Natural de Oliveira do Hospital, onde nasceu em 1991, Bárbara Monteiro é fotógrafa e videógrafa e faz parte, desde 2024, da associação Narrativa, lançada pelo fotojornalista Mário Cruz.
Rui Caria, vencedor do Prémio Nacional de Portugal na edição de 2019, foi este ano finalista da categoria Natureza Morta com o projeto intitulado “Still Life” (Natureza Viva) com uma série realizada durante a guerra na Ucrânia.
As fotografias do fotógrafo de 53 anos, natural da Nazaré, mostram objetos deixados no chão após bombardeamentos ou situações de combate, como uma imagem religiosa, um capacete, uma maca, umas botas, um retrato de família, equipamento militar e restos de explosivos.
Uma referência a Portugal aparece ainda num projeto finalista da categoria Creativa pelo fotógrafo uruguaio Julio Etchart e a artista fotográfica britânica Holly Birtles, sobre a “desconstrução de museus coloniais e espaços públicos”, que inclui uma imagem do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
A exposição dos Prémios Mundiais de Fotografia da Sony em Londres inclui imagens de todos os finalistas da competição deste ano, para a qual foram submetidas mais de 419.000 fotografias por pessoas de mais de 200 países e territórios.
Ao todo estão expostas no antigo palácio real de Somerset House em forma física ou digital mais de 300 fotografias de mais de 60 fotógrafos.
O britânico Zed Nelson foi declarado na quarta-feira vencedor do Prémio Fotógrafo do Ano da edição de 2025, sucedendo à francesa Juliette Pavy, reconhecida no ano passado.
Nelson foi distinguido pelo seu trabalho intitulado “A Ilusão do Antropoceno”, um projeto documental realizado ao longo de seis anos e quatro continentes e que explora a relação frágil entre os seres humanos e o mundo natural.