Fumaça ganha nova bolsa: 175 mil euros para fazer jornalismo independente

por Comunidade Cultura e Arte,    7 Fevereiro, 2019
Fumaça ganha nova bolsa: 175 mil euros para fazer jornalismo independente
PUB

O projeto de jornalismo independente, progressista e dissidente Fumaça venceu uma bolsa de apoio ao jornalismo independente, no valor de 175 mil euros, atribuída pela Open Society Foundations. É o segundo fundo atribuído pela fundação a ser ganho pela equipa, que conseguiu 80 mil euros em abril de 2018.

Com este apoio, Fumaça irá contratar novas pessoas para reforçar três áreas da sua equipa: jornalismo, marketing e angariação de fundos, e design e multimédia. Os objetivos para 2019 e 2020 estão traçados: apostar em jornalismo de investigação, com profundidade e tempo para pensar, explicando os comos e os porquês dos acontecimentos que condicionam as nossas vidas, e ainda expandir a área de atuação para o Brasil e Angola, tendo jornalistas brasileiros e angolanos a fazer reportagens a partir desses países.

O contrato assinado com a Open Society Foundations está disponibilizado no website do Fumaça de forma transparente, onde pode também consultar-se o orçamento e plano de gastos para 2019 e 2020. Esta nova bolsa irá garantir a sustentabilidade do projeto até meio de 2020, sendo o objetivo declarado pelos seus membros alcançar a sustentabilidade através de contribuições individuais de quem ouve, vê ou lê os seus trabalhos. Neste momento, já mais de 100 pessoas contribuem mensalmente para que o Fumaça exista, um número que quadruplicou desde que o projeto se profissionalizou, em abril de 2018.

“Defendemos a transparência de todo o processo que envolve a prática jornalística e, por isso, defendemos que se apresente de forma clara quem o faz e quem o financia. Viver apenas de quem nos apoia ainda é curto, sabemos isso. Mas esta bolsa vai ajudar-nos a chegar a esse objetivo, a contratar profissionais que nos farão chegar lá. Recusamos a ideia de que as pessoas não queiram pagar por informação. Querem, mas apenas a que consideram boa, pensada, estruturada. Onde possam ver o trabalho e a honestidade de quem a produziu. E, principalmente, por projetos que façam menos, mas bem. É preciso reconquistar a confiança do público”, defende Ricardo Esteves Ribeiro, jornalista no Fumaça.

Fumaça foi fundado em junho de 2016 e conta com mais de 200 trabalhos lançados , entre entrevistas, reportagens ou séries documentais, como “Palestina, histórias de um país ocupado”, premiada com os prémios do júri e do público (votação online) na categoria “Narrativa Sonora Digital”, da 11.ª edição dos Prémios de Ciberjornalismo, do Observatório do Ciberjornalismo. Fumaça edita um dos podcasts mais ouvidos do país, com mais de meio milhão de audições, desde o seu início.

 

Gostas do trabalho da Comunidade Cultura e Arte?

Podes apoiar a partir de 1€ por mês.

Artigos Relacionados