Galerias apresentam propostas de arte contemporânea na feira internacional ARCOlisboa
Galerias portuguesas e estrangeiras que vão apresentar as suas propostas de arte contemporânea na feira internacional ARCOlisboa, entre quinta-feira e domingo, disseram à Lusa ter boas expectativas de um certame que “traz sempre algo novo”.
Nos corredores da Cordoaria Nacional, onde a ARCOlisboa regressa para apresentar a sétima edição, era visível hoje a azáfama dos preparativos finais para apresentar obras de arte contemporânea em múltiplos formatos, desde fotografia, escultura, pintura, azulejo, colagem, desenho ou instalação.
A galerista Vera Cortês está na feira desde a primeira edição e este ano traz obras dos artistas André Romão, que tem atualmente patente uma exposição no Museu de Serralves, no Porto, Joana Escoval, Daniel Blaufuks, Alexandre Farto, Gonçalo Barreiros e Ignacio Aballí.
“Cada edição tem sido melhor do que a anterior, seja em números de expositores, qualidade e público, portanto é uma feira que está a crescer, e que se instalou muito bem em Portugal”, disse à agência Lusa.
A 7.ª edição da ARCOlisboa vai reunir este ano 84 galerias de 15 países, 28 delas portuguesas, na Cordoaria Nacional, organizada em três áreas: o Programa Geral, formado por 59 galerias, e as secções comissariadas, OPENING Lisboa, com uma seleção de 17 galerias, e “As Formas do Oceano”, composta por oito galerias.
A ARCOlisboa “é uma feira que tem uma organização muito boa, e tem sempre pessoas nos comités de seleção que sabem fazer uma boa avaliação das propostas a apresentar”, disse Vera Cortês à Lusa.
Outra galeria veterana da feira, presente desde a primeira edição, é a de Pedro Cera, que este ano apresenta, entre outros, trabalhos de Antonio Ballester Moreno, Gil Heitor Cortesão, Isabel Cordovil e David Claerbout.
Num balanço de seis edições, o galerista, de Lisboa, que abriu um espaço em Madrid no ano passado, considera que a ARCOlisboa “tem corrido sempre muito bem em qualidade dos ´stands´ e resposta dos colecionadores, com exceção de um ano ou dois por causa da pandemia”.
“Este ano há uma presença maior do que o habitual do mercado ibérico, embora faltem algumas galerias espanholas de relevo, mas isso acontece porque a competição de feiras internacionais é muita e cada galerista tem de estabelecer as suas prioridades”, avaliou.
Organizado pela IFEMA – Feiras de Madrid e pela Câmara Municipal de Lisboa, o certame de arte contemporânea terá uma presença significativa de países como Espanha, Alemanha, França e Áustria, segundo a organização.
Pedro Cera considera que “o ideal seria melhorar cada vez mais a qualidade” para atrair galerias e colecionadores de outros países, mas conclui: “Temos a feira que temos no panorama português, e é uma feira boa”.
O eixo principal da feira, o Programa Geral, cresce para um total de 59 galerias selecionadas pelo Comité Organizador, incorporando as que participam pela primeira vez como as Charim, adn galeria e a L21, algumas que regressam depois de um intervalo, como é o caso das Ehrhardt Flórez, Piero Atchugarry e Graça Brandão, e outras como as Janh und Jahn e Foco que passam à secção geral depois de terem participado no Opening Lisboa no ano passado.
Entre as galerias estreantes desta sétima edição, e nos Projetos Solo, está a ADN, de Barcelona, Espanha, fundada em 2003, que traz obras de fotografia de Carlos Aires, artista nascido em Málaga que reside e trabalha em Madrid há vários anos.
A obra de Carlos Aires “é sobretudo conhecida na Bélgica, onde também trabalhou alguns anos, no início de carreira, e está representada em Portugal sobretudo na coleção Armando Martins”, disse à Lusa o galerista Jordi Vernis.
“A ARCOlisboa é uma feira de referência para todas as galerias de Barcelona, pelo seu êxito [da feira congénere] em Madrid, e também pelas boas referencias do circuito artístico em Portugal, especificamente em Lisboa”, acrescentou Vernis, considerando “que era uma boa fórmula”.
Por seu turno, Martin Alexander, da galeria austríaca Charim – outra estreante -, que traz ao certame obras em pintura e escultura das artistas checa Eva Beresin e austríaca Valie Export, disse estar interessado em “apresentar artistas em novos lugares”.
“Notámos que há um interesse crescente na arte contemporânea no mundo latino”, disse, rodeado de obras das duas artistas, em preparação para a apresentação na feira.
Alexander precisou à Lusa: “Esse interesse tem a ver com o crescimento económico e cultural nos países do mundo latino que está a gerar um movimento das galerias de arte e dos colecionadores que nós não queremos perder”.
A secção “As Formas do Oceano” acolherá, de Paris, 31 Project, NIL Gallery e Christophe Person, de Casablanca, African Arty, de Lisboa, o Coletivo Amarelo, de Brasília, Karla Osorio, de Arezzo, Itália, LIS10 Gallery, e do Rio de Janeiro, Nonada.
Na feira estarão ainda, entre outras, as galerias Cristina Guerra Contemporary Art, Francisco Fino, Madragoa, Salgadeiras, Perve, Kubikgallery, Pedro Cera, Vera Cortês, Filomena Soares, Bruno Múrias, Galeria 111, Monitor, Quadrado Azul, Presença, assim como Carreras Mugica, Helga de Alvear, Mayoral, Leandro Navarro ou Carlier | Gebauer, 193 Gallery, Document.
A secção “Opening Lisboa” irá explorar novas linguagens e espaços artísticos com o objetivo de atrair novos conteúdos para a feira.
Nesta linha, através deste programa, cuja seleção foi feita por Chus Martínez e Luiza Teixeira de Freitas, a feira permitirá conhecer 16 galerias, tais como Galeria 4710, Artnueve, Elvira Moreno, Lohaus Sominsky e Salgadeiras, que se estreiam no programa, e Bianca Boeckel, Encounter, Portas Vilaseca, Nave e Romero Paprocki, que repetem a sua participação, bem como Anca Poterasu, a vencedora do Prémio Opening Lisboa 2023.
Com o primeiro dia aberto exclusivamente para profissionais, a ARCOlisboa funcionará na sexta-feira entre as 12:00 e as 20:00 até domingo, com encerramento às 18:00, e no sábado será permitida a entrada gratuita de jovens até aos 25 anos, a partir das 15:00, indica ainda organização.