Governo português prevê 3.673 iniciativas culturais em 100 países para 2023
O Governo português tem 3.673 iniciativas previstas este ano, em cerca de cem países dos cinco continentes, no âmbito do programa de Ação Cultural Externa (ACE) para 2023, anunciou hoje o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
“A ACE continua a ser uma aposta firme de Portugal no ponto de vista da internacionalização da sua Cultura. Isso tem um efeito, por um lado, de exposição, revelação daquilo que é feito em Portugal hoje, da diversidade que marca e caracteriza a sociedade portuguesa. Mas também a abertura dos criadores e dos artistas portugueses àquilo que é feito lá fora. É esta dupla dinâmica que assegura a virtualidade da ACE e que dá conta da dinâmica que percorreu em 2022, um ano ainda difícil na Cultura, de retoma da pandemia, e que deve ter uma ambição renovada em 2023”, afirmou Pedro Adão e Silva na sessão de apresentação da ACE, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
Os objetivos da ACE para 2023 passam por “promover produções culturais que abordem os valores democráticos”, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, e “promover atividades culturais particularmente vocacionadas para o público jovem, que reflitam as dinâmicas da cultura urbana e as linguagens contemporâneas”, disse o ministro da Cultura.
Em 2023, os objetivos passam também por “apostar na reciprocidade de obras selecionadas apresentadas em museus – Museus em diálogo/Obra convidada”, “fomentar a circulação das obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado” e “participar em eventos internacionais que abordem a dimensão cultural nas áreas da sustentabilidade, dos oceanos e das alterações climáticas”.
Entre cerca de cem países onde irão acontecer as iniciativas há “uma preponderância natural na Europa, mas também uma percentagem muito significativa noutros continentes”.
Da lista de prioridades para este ano, constam a continuação das comemorações dos centenários de nascimento de José Saramago e Agustina Bessa-Luís, aos quais se juntam os de Eugénio de Andrade, Natália Correia, Urbano Tavares Rodrigues, Mário Cesariny e Eduardo Lourenço.
Além do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, a lista de prioridades da ACE para este ano inclui, entre outros, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, os 480 anos da chegada dos primeiros portugueses ao Japão, a participação em feiras internacionais do Livro, como as de Leipzig e Frankfurt, na Alemanha, a de Madrid, a de Guadalajara, no México, e de Paraty, no Brasil.
Entre as várias iniciativas previstas para este ano, o ministro da Cultura destacou a organização do VIII Congresso Ibero-americano de Cultura, em Lisboa de 15 a 17 de novembro, e a participação de Portugal na 15.ª Quadrienal de Praga, em junho, entre outros.
De acordo com Pedro Adão e Silva, as linhas de apoio à internacionalização da Cultura portuguesa contam este ano com uma dotação total de cerca de 3,8 milhões de euros.
Entre as várias linhas de financiamento disponíveis estão as linhas de apoio à Internacionalização das Artes, do Livro e do Cinema e a linha de apoio ao Associativismo das comunidades portuguesas no estrangeiro.
Ao ministro dos Negócios Estrangeiros João Gomes Cravinho coube fazer o balanço da ACE em 2022, começando por destacar que a estratégia do Governo “evidentemente tem como finalidade incrementar a internacionalização da cultura portuguesa”.
“E esta internacionalização faz-se através da promoção do conhecimento, daquilo que é a produção cultural portuguesa, da difusão externa dos nossos bens culturais nacionais e do favorecimento da participação das instituições e dos criadores portugueses dos circuitos internacionais de distribuição e de produção cultural”, afirmou.
Em 2022, realizaram-se 2.567 iniciativas, em 89 países dos cinco continentes, “com uma predominância na Europa”, mas também com 486 iniciativas nas Américas e 388 em África, salientou João Gomes Cravinho, acrescentando que tal “corresponde também àquilo que são as prioridades da política externa portuguesa”.
Analisando as iniciativas por áreas artísticas, “destaca-se a diversidade, com predominância para a música e artes performativas, mas também muito cinema e audiovisual”.
Entre as várias iniciativas realizadas no ano passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros destacou as que aconteceram no âmbito do Centenário do nascimento do Nobel da Literatura José Saramago, da Temporada Cruzada Portugal-França e do Dia Mundial da Língua Portuguesa, entre outras.