Impacto da inteligência artificial na poesia debatido no Goethe-Institut em Lisboa

por Comunidade Cultura e Arte,    14 Setembro, 2022
Impacto da inteligência artificial na poesia debatido no Goethe-Institut em Lisboa
Imagem: Suzana Carneiro / Goethe-Institut
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No dia 13 de outubro, o Goethe-Institut Portugal apresenta o segundo debate do ciclo “Automat: Literatura e Inteligência Artificial”, que tem vindo a abordar temas relacionados com os desafios e o potencial da inteligência artificial no universo literário. “Script ou Escrita: Inteligência Artificial e Poesia Digital” é o tema deste novo encontro que terá lugar às 19h00 na Biblioteca do Goethe-Institut em Lisboa, com transmissão simultânea em streaming no Facebook.

João Gabriel Ribeiro, diretor da revista digital Shifter, e Rui Torres, um dos pioneiros da poesia digital em Portugal, debatem a interação entre inteligência artificial e o mundo das letras numa conversa que aborda a literatura na rede e como rede, a autoria colaborativa e o futuro da escrita. Neste encontro, Rui Torres demonstrará ao vivo e em tempo real a criação de um poema digital com base em duas obras distintas com o mesmo título: o “Fausto”, do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, e o “Fausto” do poeta português Fernando Pessoa.

Sobre a poesia digital

As primeiras tentativas de produzir poesia no mundo digital datam dos anos 50 e foram levadas a cabo pelos matemáticos Christopher Strachey (1916-1975), em Manchester, e Theo Lutz (1932-2010) em Estugarda, na Alemanha. Ao selecionar aleatoriamente as palavras e frases adequadas, Strachey e o seu computador produziram pequenas cartas de amor, utilizando o manual de programação de Alan Turing. Em 1959, Lutz criou os seus “Textos Estocásticos” com a ajuda de um computador, para o qual utilizou material linguístico do romance “O Castelo” de Franz Kafka.

Nos últimos anos, o debate sobre a inteligência artificial voltou a chamar a atenção para estas primeiras experiências da vanguarda ciberliterária que usa a rede não só como plataforma, mas como meio de produção. Explorando, em ambiente digital, as potencialidades do texto como script, a poesia digital procura “a descentralização e não linearidade, a interação do poema com o leitor e com o espaço digital e também o som e o movimento: uma hiper-poética”. (Cláudia M. J. Pinto em Electronic Poetry Center: Novas formas editoriais para novas formas literárias)

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