Já se conhecem os dez finalistas do Prémio FLAD de Desenho 2022

por Comunidade Cultura e Arte,    8 Julho, 2022
Já se conhecem os dez finalistas do Prémio FLAD de Desenho 2022
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A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) anuncia os 10 finalistas do Prémio FLAD de Desenho 2022. Os finalistas irão expor as suas obras na Drawing Room Lisboa 2022 — parceira desta edição — que decorre entre os dias 26 e 30 de outubro, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. O vencedor será conhecido no dia 29 de outubro e receberá um prémio monetário de 20 mil euros.

A segunda edição do Prémio FLAD de Desenho vai premiar o melhor entre mais de 200 candidaturas recebidas. A escolha será feita entre os 10 finalistas, cujas obras estarão patentes numa exposição dedicada na Feira Drawing Room Lisboa, entre 26 e 30 de outubro, na Sociedade Nacional de Belas Artes.

O vencedor será conhecido no dia 29 de outubro, na Drawing Room Lisboa — parceira desta edição — e receberá um prémio monetário de 20 mil euros.

“No extenso número de candidaturas, surpreendeu-nos a diversidade de interpretações do desenho enquanto tecnologia e forma estrutural de pensamento. O desenho, na produção artística contemporânea, mais do que complementar, é a base, como se regressássemos às origens da academia, mas na revisitação do poder das coisas simples e autênticas. A seleção mereceu o cuidado do júri, acabando por privilegiar a diversidade de possibilidades.”, afirma Helena Mendes Pereira, Presidente do Júri do Prémio FLAD de Desenho 2022.

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Este prémio tem como objetivo apoiar a produção e inovação artística em Portugal, reconhecer o talento artístico em Portugal e apoiar os artistas promissores do nosso país.

A área de produção artística escolhida foi o desenho, pela sua importante representação na Coleção de Arte Contemporânea da FLAD e por constituir uma expressão artística de relação muito íntima com o criador de arte. Na primeira edição desta iniciativa anual foi premiado o artista Pedro Tropa.

Finalistas:

António Olaio, Lubango, 1963

Pintor e intérprete, foi um dos fundadores do grupo “Repórter Estrábico” em 1986 e, desde 1995, as canções que faz com João Taborda e muitos outros músicos são frequentemente apresentadas nos seus vídeos e exposições. “Anywhere Else” (o seu último álbum) contou com as colaborações de Richard Strange, Victor Torpedo, Vitor Rua, Frederico Nunes, Anselmo Canha, Paulo Furtado, José Valente, Érika Machado, Silvestre Correia, Susana Chiocca, Luís Figueiredo, Ana Deus, Haarvöl, Pedro Tudela e Miguel Carvalhais. É professor no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, tendo apresentado, em 2000, dissertação de doutoramento, construída a partir da obra de Marcel Duchamp. Diretor do Colégio das Artes da UC. Investigador do Centro de Estudos Sociais.

Carla Cabanas, Lisboa, 1969

O seu trabalho lida com metodologias para expandir as fronteiras definidas do médium fotográfico, ao mesmo tempo que se debruça sobre as questões da memória coletiva e cultural. A artista tem apresentado o seu trabalho em numerosas exposições individuais e de grupo em solo nacional e internacional. O seu trabalho está também representado em várias colecções, das quais se destacam: National Gallery of Art Washington, DC; Fundação Luso-Americana; LPS Collection (Stanislas y Leticia Poniatowski), Colección Kells, Santander; Colecção da Fundação PLMJ, Colecção de Arte Novo Banco, Banco Privado Edmond de Rothschild, Colecção LPS; Câmara Municipal de Lisboa, entre outras.

Cecília Costa, Caldas da Rainha, 1971

Vive e trabalha em Lisboa. De 2005 a 2018 expôs regularmente na extinta Galeria Baginski, em Lisboa, e na Galeria Pedro Oliveira, no Porto, na qual continua representada. A pesquisa plástica que Cecília Costa tem desenvolvido está contaminada pelo que de mais abstrato a ciência pode ter, em particular a matemática. Exemplo disso é a reflexão/investigação sobre simetria, sobre a divisão esquerda e direita do cérebro e a implicação do binómio esquerda-direita nos processos de construção da linguagem, de como essa dualidade determina fisionomias humanas ou até nos molda a perceção do espaço.

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Maria Capelo, Lisboa, 1970

Maria Capelo licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 1992. Participa e expõe as suas obras em exposições coletivas e individuais desde 1996. Está representada em diversas coleções e em 2013 recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para a realização do projeto Da Sombra dos Montes no âmbito do Programa “Apoio às Artes Visuais – Projetos de Investigação Artística”.

Noé Sendas, Bruxelas, 1972

Vive e trabalha em Berlim, Madrid e Lisboa. Sendas começou a apresentar seu trabalho no final dos anos noventa. Referências explícitas e implícitas a artistas e criações literárias, cinematográficas ou musicais fazem parte da sua matéria-prima. Preocupações específicas sobre a reflexão e a prática das artes visuais também podem ser agregadas ao seu repertório. São elas: o corpo, como entidade simultaneamente teórica e material; os mecanismos de perceção do observador; ou o potencial discursivo dos métodos expositivos.

Paulo Lisboa, Lisboa, 1977

Com uma grande economia de operações e num espaço medial bastante preciso, a obra de Paulo Lisboa experimenta, com sistematicidade e rigor, um conjunto de ambiguidades e de oscilações em torno do desenho, que vão da absoluta ausência de imagem ao simulacro, da mancha à linha, de uma espacialidade etérea à presença saturada da matéria. Estas oscilações e ambiguidades mantêm a sua obra numa zona inquietante de mistério, mas também, ao mesmo tempo, num território laboratorial, marcado por uma experimentação muito consistente e por um grande disciplinamento do gesto artístico.

Pedro Barateiro, Almada, 1979

Vive e trabalha em Lisboa. A prática de Barateiro em desenho, escultura, vídeo e escrita foi ampliada pela sua formação com um mestrado na Academia de Arte de Malmö, Universidade de Lund (Suécia) e no Programa de Estudo Independente em Artes Visuais na Maumaus – Escola de Artes Visuais (Lisboa). Desenvolveu ainda a sua prática em residências na Air Antwerpen (Antuérpia), Pavillon – Palais de Tokyo (Paris), ISCP (Nova Iorque), Sítio das Artes, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Spike Island (Bristol) e Galeria Zé dos Bois (Lisboa). Exposições individuais em Netwerk, (Aalst); Basement Roma (Roma); Néon (Lyon); REDCAT (Los Angeles); Museu Colecção Berardo (Lisboa); Kettle’s Yard (Cambridge); Parkour (Lisboa); Kunsthalle Lissabon (Lisboa); Kunsthalle Basel; Lumiar Cité (Lisboa); Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto), entre outras.

Pedro A.H. Paixão, Lobito, 1971

Artista português e estudioso de teoria do desenho. Desde há décadas desenvolve um antigo uso do desenho, como lugar de “de-significações”. Entre 2007-2017, produziu um grupo de desenhos a escarlate, que deu origem, desde 2018, a novos grupos monocromáticos, onde aborda, por exemplo, as formas de relação entre a Europa e a África. São trabalhos feitos a partir de arquivos pessoais, literatura critica e cultura popular; tudo a partir de uma prática simultaneamente laboriosa e delicada, onde a forma aparentemente silenciosa e onírica, que é sempre multiestratificada, não abre mão a concessões.

Susanne S.D. Themlitz, Lisboa, 1968

Vive e trabalha entre Lisboa e Colónia. De origem luso-alemã, inicia a sua formação artística em 1987, estudando desenho e escultura no Ar.Co. – Centro de Arte e Comunicação visual, Lisboa. Concluiu o curso em 1993, mas antes, em 1992, estudou um ano no Royal College of Art de Londres, através de um programa de intercâmbio. Concluiu em 1995 um MFA (Meisterchüler) na Kunstakademie de Düsseldorf, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Expõe regularmente desde 1992, sobretudo em Portugal e Alemanha, com uma primeira exposição individual em 1996. O trabalho de Susanne caracteriza-se pela sua interdisciplinaridade, recorrendo a diversos materiais e técnicas, como a escultura, a fotografia, o desenho, a pintura e o vídeo. Tem sido premiada em todos esses domínios.

Vera Mota, Porto, 1982

Artista cuja prática se revela sobretudo através da performance, escultura e desenho, apresentando regularmente trabalho nestas diferentes áreas desde 2003. Identificada com princípios minimalistas, a sua obra é percorrida por traços comuns que apontam para um conflito entre uma vontade de ordenar e um fascínio pelo erro e pelo acidente, num constante equacionar da participação do corpo na obra onde questiona frequentemente as condições-conflito que regem as relações de verticalidade e horizontalidade.

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