José Valente apresenta o seu novo disco no Porto e em Coimbra
“Quem é o José Valente” traduz-se numa autêntica carta de amor dirigida à música. Mas é também uma auspiciosa combinação de possibilidades ilimitadas, onde o compositor portuense torna a levar a viola d’arco a diferentes patamares. Uma posição artística que continua a gritar por liberdade e a reforçar o espírito transgressor embutido no seu percurso.
Afirmação ou pergunta, “Quem é o José Valente” gera vários resultados. “Deve ser um artista qualquer”, responde o título da faixa de abertura do álbum a ser editado esta semana, a 24 de Outubro. Seguem-se outras teorias, ouvidas ao longo do mesmo tema: “uma autêntica enciclopédia no que toca aos sítios para comer as melhores francesinhas do Porto”, “artista plástico”, “médio centro”, “poeta galego”. “O Valente da viola” é a que mais se aproxima da verdade, num disco cuja pintura da capa, da autoria de Marco Mendes, ilustra algumas das suas referências, como José Mário Branco, Frank Zappa, Fela Kuti ou Ludwig van Beethoven.
Através de 9 peças, José Valente acerca-se de uma série de músicos convidados que enriquecem a paleta sonora deste inovador registo em que a voz é um dos elementos predominantes: João Geraldo (violoncelo e baixo eléctrico), José Silva (percussão), António Ribeiro (voz falada), João Diogo Leitão (viola braguesa), Luís Bittencourt (percussão e berimbau), Patrícia Costa (voz cantada) e Tiago Manuel Soares (percussão).
Os concertos de apresentação acontecem já esta quinta-feira, dia 24 de Outubro, no Maus Hábitos, no Porto, e domingo, dia 27 de Outubro, no Festival Instrumensal, em Coimbra. Duas oportunidades especiais para se escutarem, em estreia absoluta ao vivo, a inquietação e a intensidade emocional dos temas de “Quem é o José Valente”, longa-duração com todas as músicas e letras da autoria do violetista.
Depois de “Trégua” (2021), em colaboração com a Orquestra Filarmónica Gafanhense, e de “Águas paradas não movem moinhos” (2022), aqui a liderar o colectivo 6 Violas, numa homenagem à obra de José Mário Branco, “Quem é o José Valente” foi gravado em casa, pelo próprio, e misturado e masterizado no Estúdio de Som Musibéria, por André Espada. Tem edição da Respirar de Ouvido e o apoio da Antena 2.
“Josés há muitos”, atira alguém na primeira faixa, mas este é José Valente, um impressionante artista que, munido do seu instrumento de cordas e das suas partituras, derruba barreiras musicais, seja a partir dos discos ou das prestações únicas que protagoniza nos palcos mundiais.
O álbum está disponível a 24 de Outubro de 2024, nas principais plataformas digitais e numa edição física em CD.