Kabeaushé, Clarissa Connelly, 800 Gondomar e Keeley Forsyth entre os projetos confirmados para o Tremor 2025

por Comunidade Cultura e Arte,    8 Novembro, 2024
Kabeaushé, Clarissa Connelly, 800 Gondomar e Keeley Forsyth entre os projetos confirmados para o Tremor 2025
Kabeaushé / DR

A caminho da décima-segunda edição, o festival açoriano Tremor anuncia hoje mais nove confirmações no alinhamento de propostas para a edição 2025. Música diversa e conectada com o hoje, numa proposta que cruza influências, estilos e geografias. Entre a energia crua e as explorações líricas, a espiritualidade intensa e as toadas eletrónicas densas, expande-se o cenário musical de mais um Tremor. 

Keeley Forsyth traduz em música uma narrativa visceral sobre os altos e baixos da vida doméstica e pessoal, oscilando entre devastação e elevação num estilo minimalista que enaltece o poder da sua voz. Utilizando o aparelho vocal como o centro de uma paisagem emocional, Forsyth transporta o ouvinte para uma reflexão profunda sobre a condição humana. Um ethos comum marca o caminho de Clarissa Connelly. Radiante, assustador, hipnotizante, o seu mais recente disco, World of Work, traça a paisagem metafísica da alma. Entre o íntimo e o cósmico, Clarissa convida-nos para uma viagem sónica alternadamente silenciosa e arrebatadora. Nos antípodas, a pop infundida de ancestralidade de Kabeaushé. Permeada pelas potencialidades da energia de rave, as batidas distorcidas e os breaks a fazer ricochete, a música do artista queniano é um ato de resistência vibrante e energético.

Kabeaushé / Fotografia de Edwin Maina

Regressados após um hiato de cinco anos, os 800 Gondomar fazem de São Gunão um passo rumo à maturidade. Garage-punk em expansão por outros cantos do seu espectro musical e letras incisivas a olhar temas como habitação e os dilemas da sociedade digital.  Em paralelo, a dupla escocesa comfort desafia outros limites do som, trazendo ao seu trabalho uma mistura de punk, noise e música industrial. Com letras que clamam por liberdade e resistência queer numa sociedade restritiva, os comfort exploram a vulnerabilidade e o confronto como veículos de transformação. 

A artista turca radicada no Porto, Ece Canlı, mergulha num universo cinematográfico em S A C R O S U N, o seu mais recente disco. Através de técnicas vocais expandidas, Canlı oferece uma série de meditações sonoras que tocam o intangível e o desconhecido. É também nos mundos do mistério que encontramos o trabalho dos The Zenmenn. Este enigmático coletivo cria em Enter The Zenmenn uma fusão sonora que reúne influências orientais e ocidentais, oferecendo uma espécie de banda sonora contemplativa e harmoniosa para um mundo mais conectado e pacífico. 

Keeley Forsyth / Fotografia de Ross Downes

No campo das residências artísticas, o festival juntará o músico e produtor Ari You Ok à bailarina Débora N’Jiokou aka Deby, para um espetáculo onde se cruzarão diferentes espectros do hip hop. Nascido em Portugal e criado em Cabo Verde, Ari iniciou-se cedo na música, experimentando beatbox e percussão. Desde 2012, explora o Fruity Loops Studio para combinar influências culturais ancestrais e digitais, criando uma fusão sonora que se expressa ao vivo com loopstation e percussão. Débora N’Jiokou aka Deby é uma bailarina francesa, especializada em hip hop e house. A estreia em palco deste encontro entre os dois artistas acontecerá no Tremor, numa colaboração com o coletivo Lingua Franca, que desenvolverá uma residência artística com os artistas no Museu do Tabaco, na freguesia da Maia, concelho da Ribeira Grande. Anunciadas estavam já as presenças de Ana Lua Caiano, DJ Giovanna, FIRE!, Fulu Miziki, José Pinhal Post-Mortem Experience e Romeu Bairos.

Os bilhetes para o Tremor estão à venda na 3cket por €75 (+ taxas)

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