Konstandinos Kaváfis, António Damásio, Jon Fosse, José Tolentino Mendonça e Banu Mushtaq entre as novidades literárias de novembro
Contos inéditos de Hemingway, primeiro romance de Jon Fosse após o Nobel, a reunião integral da poesia de Kaváfis e um estudo dedicado à obra gráfica de Abel Manta são algumas das apostas das editoras portuguesas para novembro.
Pela coleção Dois Mundos, dos Livros do Brasil, chega uma das grandes novidades do grupo Porto Editora, os “Contos Completos”, de Ernest Hemingway, numa edição essencial dedicada a este Nobel da Literatura, que reúne quase oitenta histórias, incluindo mais de três dezenas inéditas em Portugal.
A Porto Editora publica “O Neto do Homem Mais Sábio”, de Tomás Guerrero, uma biografia literária de José Saramago através de um engenhoso diálogo entre o seu avô Jerónimo e Ricardo Reis, heterónimo de Pessoa recriado por Saramago.
Neste livro, a narrativa funde realidade e ficção para revisitar a trajetória do Nobel português, revelando a dimensão humana e intelectual da sua obra num tributo sensível à literatura lusófona.
Pela Assírio & Alvim, vão sair “Aquele Belo Rapaz”, de Konstantinos Kaváfis, numa edição que reúne toda a sua poesia, com mais de cem inéditos, traduzida por José Luís Costa, e “Obra Poética III”, de António Ramos Rosa, que conclui a edição integral da sua obra.
“Exposto Sobre as Montanhas do Coração”, de Rainer Maria Rilke, é outra das novidades da Assírio & Alvim, para celebrar os 150 anos do poeta, com poemas, cartas e inéditos traduzidos por Maria Teresa Dias Furtado, incluindo “O Testamento”.
Neste mês, a Quetzal lança um livro de originais de José Tolentino Mendonça, “Para os Caminhantes Tudo é Caminho”, com textos sobre as inquietações e liturgias de vida do poeta, sacerdote e professor.
O terceiro e último volume dos diários de Vergílio Ferreira, “Conta-Corrente”, correspondente aos anos de 1986 a 1992, e o sexto volume da Bíblia, traduzida diretamente do grego por Frederico Lourenço, são outras novidades da chancela.
Uma das apostas da Bertrand vai para “A História da Contrarrevolução – do 25 de Novembro de 1975 aos Nossos Dias”, de Raquel Varela e Adriano Zilhão, em que os autores contextualizam esta data, não como um fenómeno português isolado, mas como um fenómeno internacional, quase global.
Outra novidade é “O romance de Camilo”, a grande biografia de Camilo Castelo Branco escrita por Aquilino Ribeiro, pela primeira vez num só volume.
Quanto à Temas e Debates, publica “A inteligência natural & a lógica da consciência”, por António Damásio, o primeiro livro que avança a hipótese credível de como a consciência é produzida.
O primeiro romance escrito por Jon Fosse após receber o Prémio Nobel da Literatura, em 2023, que dará origem a uma trilogia, é um dos destaques da Cavalo de Ferro para este mês.
“Vaim” conta a história de um homem que vai de barco até uma cidade à procura de agulha e linha para coser um botão, apaixona-se e regressa a casa com essa mulher, que abandona o marido. Depois de viverem juntos, ele morre e a mulher regressa para o marido que abandonou.
Esta chancela do grupo Penguin Random House Portugal terminará a publicação dos “Contos Completos” de Julio Cortázar, com um segundo volume, a abranger os anos de 1969 a 1983.
Outros livros a saírem este mês pelo grupo editorial são uma nova edição de “O Manifesto Comunista”, de Marx e Engels, nos clássicos, e, na Companhia das Letras, o livro-catálogo de uma exposição dedicada ao Brasil que se vai inaugurar este mês na Fundação Calouste Gulbenkian, “Complexo Brasil”, com textos de José Miguel Wisnik, Eliane Brum, Guilherme Wisnik, Milena Britto, Suzane Lima Costa e Rafael Xucuru-Kariri.
Pela Antigona, chega às livrarias “A Universidade de Rebibbia” (1983), com o qual a editora prossegue a publicação do ciclo autobiográfico da escritora italiana Goliarda Sapienza (1924-1996), depois de ter publicado “Carta aberta”, em 2023.
“A Universidade de Rebibbia” é o relato literário dos meses de reclusão que a autora passou numa prisão feminina no nordeste de Roma e uma homenagem a mulheres rebeldes e inconformadas.
O grupo Leya propõe para novembro diversas novidades, desde logo, na Lua de Papel, uma biografia de Anthony Hopkins, “Correu bem, miúdo”, na qual o ator mergulha na sua carreira no teatro e no cinema, fala da sua traumática infância e da sua dura caminhada para a sobriedade, num livro de memórias que inclui uma série de fotografias do seu álbum.
A Dom Quixote publica a correspondência inédita de John le Carré, “Um Espião em Privado. As Cartas de John Le Carré”, e a Oficina do Livro lança “Uma família surreal”, de Hugo van der Ding, na qual o autor recorre ao seu estilo humorístico para contar histórias dos reis e rainhas de Portugal.
A Guerra e Paz destaca “Face ao Obscurantismo Woke”, de Emmanuelle Hénin, Xavier-Laurent Salvador e Pierre Vermeren, obra polémica que reúne 26 académicos na defesa da liberdade académica face ao moralismo identitário; e “A China de Xi Jinping – Uma Ameaça à Paz e à Ordem Mundial”, de Claude Meyer, análise crítica ao projeto hegemónico do atual líder chinês.
Na mesma editora, Sónia Neto lança “Bicesse: O Caminho da Paz”, com 22 testemunhos sobre as negociações que conduziram aos Acordos de Bicesse, de 1991, enquanto Luís Filipe Castro Mendes publica “Países Estrangeiros, Memórias e Viagens”, obra que cruza poesia, memória e reflexão sobre o tempo e o amor.
A editorial Presença lança “Antes de Desaparecer”, de Harlan Coben e da atriz Reese Witherspoon, e “Breve História da Roma Antiga”, de Ross King.
Na área da Banda Desenhada, a editora aposta em “Fragmentos do Terror”, um novo mangá do autor japonês mestre do terror Junji Ito, e em “Espíritos e Criaturas do Japão”, de Lafcadio Hearn e Benjamin Lacombe, histórias ilustradas de espíritos e criaturas que habitam o imaginário nipónico.
A chancela Marcador publica “Com Amor, Freddie”, de Lesley-Ann Jones, que reúne diários inéditos dos últimos 15 anos de vida de Freddie Mercury.
Nas Edições 70, publica-se “Viver Como Um Marxista – Porque é Que Marx é Uma Droga Que Provavelmente Deveríamos Consumir”, de Andrew Pendakis, e “Imitação de Cristo”, de Tomás de Kempis, o livro mais traduzido do mundo a seguir à Bíblia.
A Tinta-da-China apresenta “Bonecos para o Povo”, de Pedro Piedade Marques, “primeiro grande estudo dedicado à obra gráfica de João Abel Manta”; e “Mário Soares, Um Homem Inteiro”, álbum de fotos pelo seu fotógrafo oficial, Luís Vasconcelos, com textos de António Costa, José Manuel dos Santos e Sérgio B. Gomes.
A literatura ganha destaque nesta editora com “Contos do Chá”, coletânea organizada por Alberto Manguel que reúne autores como Tchékhov e Agatha Christie, e com a “Antologia de Contos Satíricos e Humorísticos Russos”, novo volume da coleção dirigida por Ricardo Araújo Pereira.
A Relógio d’Água tem prevista a publicação de vários premiados, como é o caso de “Candeia Coração”, de Banu Mushtaq, que conquistou o Prémio Booker Internacional deste ano, “Pergunta 7”, de Richard Flanagan, vencedor do Baillie Gifford Prize 2024, e “Visitação”, novo romance de Jenny Erpenbeck, autora vencedora do Booker Internacional em 2024.
A editora publicará ainda “Jane Austen: Uma Biografia”, de Claire Tomalin, “O Fim dos Estados Unidos da América”, de Gonçalo M. Tavares, o romance biográfico “Marguerite Yourcenar – Liberdade e Paixão”, de Cristina Carvalho, e “Matilde”, de H. G. Cancela.
Gonçalo M. Tavares, Ricardo Araújo Pereira, Hugo van der Ding e

