Kotori: a ‘enfant terrible’ da pop vai estar em Portugal
Elena Neniškytė chega a Portugal com “Free From Concern”, disco que apresenta em Portugal em 4 datas entre Porto, Viana do Castelo e Aveiro´.
Quando chega o Verão sabemos que chegam os festivais, mas também as bandas e artistas que apanham boleia dos turistas rumo ao Sul. Coisa que vão fazendo cada vez mais (tal como os turistas), fruto da maior consistência que os circuitos alternativos e respectivos públicos alcançaram em Portugal, atraindo um maior número de artistas a uma Europa que o underground teimava em esquecer.
Ora, o Báltico que banha a costa da Lituânia não chega aos calcanhares do nosso Atlântico, mas a maior proximidade com o epicentro cultural na Europa concede à antiga república soviética uma ligeira vantagem aqui. Claro que isto não explica o exímio trabalho de Elena Neniškytė, produtora e multi-instrumentista com uma vasta pegada no underground do seu país de origem, e cuja notoriedade ganhou com Umiko, projecto de indie/electrónica onde assume as funções de produtora e vocalista, numa mescla de sons que viria a traçar a sua impressão digital enquanto artista.
Com a recente formação do trio de surf-punk shishi, onde toca bateria e canta, a “marca de polegar” de Elena vincou ainda mais a sua versatilidade enquanto artista, prevendo o que podemos constatar com o seu projecto a solo, Kotori.
Com “Cage” a marcar a faceta mais pessoal de Elena, a amálgama de melodias e vozes expansivas que imprime no EP de estreia foi o “Big Bang” de um universo bastante próprio, algures entre a dança e o sonho. Mas como a marca de “nova princesa da pop” acompanha o rótulo de “novo Messi ou Ronaldo”, nada como um segundo disco a mostrar que ninguém caiu em erro ao depositar esperanças no futuro de Kotori.
“Free From Concern” marca assim a estreia nos longa-durações com a natural maturação de uma sonoridade pensada de mulher para o espelho, e do espelho para a mulher.
Tal como em anteriores projectos, as interacções humanas e esotéricas são a base da sua composição, não apenas nas letras mas também nas estéticas divergentes com que carimba as suas canções.
Um dos discos mais interessantes do ano e uma das artistas emergentes da cena europeia, chega assim a Portugal com 4 datas em agenda e 8 faixas que farão do teu espaço um mundo melhor.
18 de Julho – VIC, Aveiro Arts House
19 de Julho – Candelabro, Porto
20 de Julho – Dona Emília, Viana do Castelo
21 de Julho – Casa da Música, Porto
Artigo escrito por Luis Dixe Masquete