Mais de 100 artistas vão ocupar a baixa de Coimbra durante o verão

por Lusa,    16 Maio, 2024
Mais de 100 artistas vão ocupar a baixa de Coimbra durante o verão
A garota não / Fotografia de Nuno Batista

Mais de 100 artistas vão ocupar a Baixa de Coimbra durante o verão, numa programação que funde dois eventos culturais e que vai promover 25 residências artísticas em que participam, entre outros, A Garota Não e Bruno Pernadas.

Ao longo de três meses, entre 01 de junho e 01 de setembro, a Baixa de Coimbra vai receber concertos, oficinas para os mais novos, conversas, DJ sets, sessões de cinema, visitas temáticas e residências artísticas, numa iniciativa que junta o Verão a 2 Tempos, da Câmara de Coimbra, e o festival Epicentro, da Blue House, foi hoje anunciado, em conferência de imprensa.

A Garota Não vai trabalhar em conjunto com o Coro das Mulheres da Fábrica, Bruno Pernadas e Margarida Campelo com os alunos do 10.º e 11.º ano do curso de jazz do Conservatório, e João Firmino e Joana Espadinha com os finalistas desse mesmo curso, referiu João Silva, coordenador da Blue House.

Apesar de a música estar em destaque na programação, haverá também ligação a outras linguagens, como o teatro, a dança ou o design.

Se por um lado estas residências artísticas irão promover ligações entre artistas da cidade e de fora, há também perspetivas formativas, como é o caso dos alunos de jazz, ou até de registar processos criativos, como a gravação do disco do guitarrista Pedro Branco a tocar Marco Paulo, ou da gravação do disco dos Lírio-do-Vale, projeto encabeçado pelo saxofonista João Mortágua.

Grande parte das residências artísticas serão apresentadas no ciclo Verão a 2 Tempos, que terá concertos às 19:00 e às 22:00, às sextas-feiras e sábados.

O evento vai contar também com um palco denominado Epicentro, que estará situado na Praça do Comércio, assegurando concertos às terças e quintas-feiras.

Se às terças-feiras o palco será, sobretudo, para artistas da região Centro, com parceria com o festival Bons Sons, de Tomar, e com a editora Omnichord, de Leiria, entre outros, às quintas-feiras dar-se-á visibilidade à comunidade de artistas estrangeiros que vivem em Coimbra.

Já as oficinas para as crianças, que irão acontecer ao longo de onze semanas, vão ser ministradas por artistas e também elas terão um momento de apresentação pública, às sextas-feiras, afirmou Catarina Silva, da associação Há Baixa, que também está envolvida da organização da iniciativa.

Lojas da Baixa que estão vazias serão ocupadas para conversas, exposições ou concertos, numa programação que se espalha pelo espaço público do centro histórico da cidade, como a Praça do Comércio, Largo do Romal, Largo do Poço ou Largo da Freiria, aproveitando também espaços de entidades culturais que se juntam à iniciativa, como o Centro de Artes Visuais, A Fábrica, Teatro da Cerca de São Bernardo e Salão Brazil.

“Fizemos este exercício de pensar como seria a Baixa ocupada por agentes criativos durante um longo período. Durante este amplo período, teremos artistas de renome nacional a trabalhar na Baixa, a criar objetos artísticos com outras entidades de cá”, vincou o chefe de Divisão da Cultura da Câmara de Coimbra, Rafael Nascimento, durante a conferência de imprensa.

Segundo o responsável, o desenho da programação foi feito com “um maior envolvimento das entidades culturais” da cidade, envolvendo-as na proposta final, numa lógica de programar a várias escalas, “original e que trabalhasse a mediação de públicos”.

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, realçou a importância de se trabalhar na programação cultural “de forma democrática e participativa”, permitindo uma proposta eclética, que terá um orçamento de cerca de 85 mil euros.

O programa, que ainda não se encontra fechado, pode ser consultado em https://v2t-epicentro.com.

A iniciativa conta com a participação da Há Baixa, Quebra Costas, Agência para a Promoção da Baixa, Escola da Noite, Jazz ao Centro Clube e União de Freguesias de Coimbra, para além da Câmara de Coimbra e da Blue House.

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