Mais de 4.800 pessoas iniciaram tratamento por causa do álcool em 2022
O número de pessoas que iniciaram tratamento por problemas relacionados com álcool subiu para 4.867 em 2022, o valor mais alto dos últimos 10 anos, sobretudo à custa dos readmitidos, segundo o relatório hoje divulgado.
De acordo com o Relatório Anual 2022 – A situação do país em matéria de álcool, divulgado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), em 2022 estiveram em tratamento em ambulatório da rede pública 13.827 utentes com problemas relacionados com o uso de álcool.
Dos 4.867 que iniciaram tratamento em 2022, 1.546 eram readmitidos e 3.321 novos utentes.
O documento do SICAD – atualmente designado Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) – indica ainda que aumentaram também, pelo segundo ano consecutivo, os utentes em ambulatório (+4%), após a descida em 2020, estando ainda um pouco aquém do valor de 2019, antes da pandemia.
Também subiu pelo segundo ano consecutivo o número dos que iniciaram tratamento no ano (+9% face a 2021). O aumento foi mais acentuado nos readmitidos (+17%) do que nos novos utentes (+5%), com o valor de readmitidos a ser o mais elevado dos últimos 10 anos e o de novos utentes já próximo dos níveis pré-pandemia.
As autoridades registaram mais de 4.500 internamentos hospitalares com diagnóstico principal atribuível ao consumo de álcool em 2022, um ano em que aumentou o consumo ‘binge’ e a embriaguez, em particular nas mulheres.
Em junho do ano passado, o V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral 2022 já indicava uma subida da prevalência do consumo de álcool entre 2017 e 2022 (de 49,1% para 56,4%).
Relativamente ao álcool, os dados indicavam que a prevalência do consumo ao longo da vida (75,8%) tinha descido em relação a 2017 (86,4%), aproximando-se dos valores registados entre 2001 e 2012.
A prevalência de consumo ‘binge’ (consumo rápido e excessivo de bebidas alcoólicas), pelo menos uma vez no último ano, era de 10,3% para o total da população, similar aos valores de 2012 e 2017, sendo os consumidores sobretudo homens com idades entre os 25 e os 44 anos.