Mais de 4.800 pessoas iniciaram tratamento por causa do álcool em 2022

por Lusa,    30 Janeiro, 2024
Mais de 4.800 pessoas iniciaram tratamento por causa do álcool em 2022
Fotografia de YesMore Content / Unsplash
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O número de pessoas que iniciaram tratamento por problemas relacionados com álcool subiu para 4.867 em 2022, o valor mais alto dos últimos 10 anos, sobretudo à custa dos readmitidos, segundo o relatório hoje divulgado.

De acordo com o Relatório Anual 2022 – A situação do país em matéria de álcool, divulgado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), em 2022 estiveram em tratamento em ambulatório da rede pública 13.827 utentes com problemas relacionados com o uso de álcool.

Dos 4.867 que iniciaram tratamento em 2022, 1.546 eram readmitidos e 3.321 novos utentes.

O documento do SICAD – atualmente designado Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) – indica ainda que aumentaram também, pelo segundo ano consecutivo, os utentes em ambulatório (+4%), após a descida em 2020, estando ainda um pouco aquém do valor de 2019, antes da pandemia.

Também subiu pelo segundo ano consecutivo o número dos que iniciaram tratamento no ano (+9% face a 2021). O aumento foi mais acentuado nos readmitidos (+17%) do que nos novos utentes (+5%), com o valor de readmitidos a ser o mais elevado dos últimos 10 anos e o de novos utentes já próximo dos níveis pré-pandemia.

As autoridades registaram mais de 4.500 internamentos hospitalares com diagnóstico principal atribuível ao consumo de álcool em 2022, um ano em que aumentou o consumo ‘binge’ e a embriaguez, em particular nas mulheres.

Em junho do ano passado, o V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral 2022 já indicava uma subida da prevalência do consumo de álcool entre 2017 e 2022 (de 49,1% para 56,4%).

Relativamente ao álcool, os dados indicavam que a prevalência do consumo ao longo da vida (75,8%) tinha descido em relação a 2017 (86,4%), aproximando-se dos valores registados entre 2001 e 2012.

A prevalência de consumo ‘binge’ (consumo rápido e excessivo de bebidas alcoólicas), pelo menos uma vez no último ano, era de 10,3% para o total da população, similar aos valores de 2012 e 2017, sendo os consumidores sobretudo homens com idades entre os 25 e os 44 anos.

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