MIL divulga programa da convenção que decorre no Beato Innovation District

por Comunidade Cultura e Arte,    4 Setembro, 2024
MIL divulga programa da convenção que decorre no Beato Innovation District
Jesualdo Lopes / DR

A Convenção MIL regressa a Lisboa entre 25 e 27 de setembro, em paralelo à programação musical já anunciada. Durante três dias, o Beato Innovation District será o ponto de encontro para profissionais da música e do setor cultural, artistas emergentes, investigadores, jornalistas, estudantes e público em geral. 

Convenção MIL tem como principal objetivo o desenvolvimento de redes profissionais e incentiva a troca de ideias, o debate construtivo e a reflexão crítica sobre o presente e o futuro do setor cultural e da indústria da música. Neste sentido, a programação está estruturada em três eixos inter-relacionados: Cultura e Política, Economia Noturna e Indústria da Música, numa programação diversificada que inclui entrevistas, fóruns, mesas-redondas, conversas, apresentação de projetos, oficinas e laboratórios. O programa inclui mais de 70 atividades que podem já ser consultadas na íntegra em www.millisboa.com.

Nesta 8.ª edição, o programa da Convenção destaca um foco especial na interseção entre Cultura, Poder e Participação, oferecendo um espaço amplo para analisar como a diversidade, a inclusão e a representatividade estão a ser efetivamente integradas nas práticas e políticas culturais.

Na ConvençãoMIL, teremos a oportunidade de ouvir várias das vozes mais influentes e urgentes da indústria da música e do setor cultural. Numa série de quatro entrevistas ao vivo, destacamos a presença de Puja Patel, editora executiva da Pitchfork até janeiro de 2024 (aquando da absorção da publicação pela GQ), que discutirá o papel fundamental do jornalismo cultural e como a diversidade e a ética moldam a indústria musical. Ségolène Pruvot, diretora cultural da EuropeanAlternatives, abordará a complexa interseção entre democracia, cultura e participação cidadã. Israel Fernández, reconhecido cantor de flamenco, e Diego El Gavi, artista multifacetado, pretendem conversar sobre o papel da música cigana na promoção da diversidade e inclusão cultural.Por fim, Arlen Dilsizian, cofundador do Festival Nyege Nyege em Kampala, Uganda, partilhará a missão política do festival e da editora com o mesmo nome, uma conversa que promete mostrar um pouco da singularidade no panorama internacional atual enquanto projeto inovador de promoção e divulgação da música africana contemporânea e de sons de várias latitudes sub-representadas na indústria musical.

No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, o MIL propõe-se a observar o presente do setor cultural em Portugal com uma ideia de futuro, sustentada por um modelo de plena democracia cultural. Nesse sentido, um dos temas prevalentes e em maior destaque este ano é o da decolonização cultural, ou como a falta de práticas decoloniais se torna numa ameaça à democracia cultural. Para aprofundar a discussão em diversos momentos, conta-se com a participação de diversas vozes do setor cultural, incluindo Maria de Assis Swinnerton (Fundação Calouste Gulbenkian), Sara Brighenti (Plano Nacional das Artes), Manuela Ralha (Vereadora da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira), Maria Vlachou (Acesso Cultura), Catarina Saraiva (Linha de Fuga | Periferias Centrais), Marco Paiva (Terra Amarela), Anabela Rodrigues (Grupo do Teatro Oprimido de Lisboa), Danilo Cardoso (EduCAR), Maribel Sobreira (Colectivo FACA) ou Rui Matoso (ESAD). São participações fundamentais para uma análise crítica das políticas culturais e dos desafios enfrentados na promoção de uma prática cultural verdadeiramente inclusiva e representativa.

Segolene Malmo / DR

A olhar para o futuro do mercado e da indústria da música, esta edição da Convenção aborda temas como a procura pela nostalgia como padrão de consumo e a consequente monetização do passado. A Inteligência Artificial é outro tema central, com foco nas possibilidades, limitações e desafios que ela traz para o setor — desde a maneira como a tecnologia está a moldar a produção e a curadoria cultural até às implicações éticas e criativas da sua integração na criação artística e na forma como consumimos música e cultura. Trazemos a esta reflexão artistas, curadores, programadores, jornalistas, críticos e investigadores, como Sofia Maia Ciel (filósofa, curadora independente e crítica de arte), ROD (Sociólogo digital e artista visual),  Serena Stazi  (Awal), Kieran Press-Reynolds (Insider),  Julia Szymankiewicz (Atrium Global), Zachary Mainen (Fundação Champalimaud) ou Tom Bonte (Ancienne Belgique),  Bob Van Heur (Le Guess Who?), Paulo Arraiano (YUP) ou o realizador Edgar Pêra.

A programação destaca ainda o papel fundamental de movimentos e espaços grassroots, que vão desde a performance ao pensamento e à pista de dança, como espaços essenciais de política, participação e ativismo cultural. Assim, passarão pela Convenção  Els Silvrants-Barclay (Affective Architectures – ETH Zürich); Igor Stokfiszewski (Krytyka Polityczna), Katharin Ahrend (Berlin Club Comission e Awareness Akademia), Martina Brunner (Vienna Club Commission), Lutz Leichsenring (VibeLab) Manique Hendricks (Frans Hals Museum), Jesualdo Lopes (The Blacker the Berry), Liv Wynter  (How To Catch a Pig, Bands Boycott Barclays), Emily Clancy (Bologna Vice-Mayor), Rosana Corbacho (M.I. Therapy).

Enquanto espaço de networking, negócio e internacionalização, o MIL promove momentos de encontro e partilha entre artistas e agentes do setor da música. Para esta edição, estão já confirmados festivais internacionais como BAM (Espanha), Monkey Week (Espanha), BIME (Espanha), Coala Festival (Brasil), NYEGE NYEGE (Uganda), Eurosonic (Países-Baixos), The Echo Festival (França), Fifty Lab (Bélgica), Le Guess Who (Países-Baixos), Tremor (Portugal), Sin Sal (Espanha), Terraforma (Itália), Mucho Flow (Portugal), SIM São Paulo (Brasil), MOGA (Marrocos), MaMa (França), FESTIVAL B (Espanha), Rio Loco (França), THE ECHO FESTIVAL (França). Também marcarão presença salas de programação como a Dabadaba (Espanha), Sala Apolo (Espanha), Sala X (Espanha), B.LEZA (Portugal), Santeria Milano (Itália), L’ Aeronéf (França), Maus Hábitos (Portugal), Palak Akropolis (Chéquia), Ancienne Belgique (Bélgica), Map Musica (Brasil), Station Gares Des Mines (França).

Israel Fernandez / DR

Confirmadas estão também as editoras AWAL, Universal Music Spain, Nikita Music Digital, Virgin Music Spain, Nyege Nyege, Sonido Muchacho, Symphonic Distribution, Warner Music Portugal, entre outras.

O programa artístico do MIL já se encontra anunciado e conta com mais de 50 nomes num cartaz que faz jus ao mote “descobre enquanto é segredo”, um grande e variado leque de talento emergente nacional e internacional que atuarão em várias salas lisboetas.

Os bilhetes estão desde já disponíveis e há várias modalidades de entradas: o passe profissional que inclui festival e convenção custa 70 euros, já o passe geral apenas para o festival ou apenas para a convenção é de 30 euros cada (50% de desconto para estudantes na programação da convenção). Os bilhetes diários para o festival custam 20 euros. Toda a informação da bilheteira e a programação completa poderá ser consultada no site oficial do MIL.

O MIL é apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa, pela DGArtes e pelo Turismo de Portugal.    

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