Mind Da Gap regressam aos palcos em julho no festival SBSR para “partir tudo”
Os Mind Da Gap, uma das referências do rap português, que colocaram um ponto final na carreira em 2016, vão regressar aos palcos em julho, com um concerto no festival Super Bock Super Rock (SBSR), em Sesimbra.
De acordo com a promotora Música no Coração, num comunicado hoje divulgado, o 28.º SBSR “vai receber o regresso de umas verdadeiras lendas da música portuguesa – os lendários Mind Da Gap – no dia 20 de julho”.
Nesse dia, o plano dos Mind Da Gap é “partir tudo”. “Como sempre fizemos e é isso que vamos querer manter”, disseram hoje à Lusa.
Formados no Porto em 1993 como Da Wreckas, os Mind Da Gap são Ace, Presto e Serial.
O grupo foi também um dos pioneiros do chamado rap do Porto, que abriu caminho para coletivos e artistas como Dealema (Maze, Mundo, Expeão, Fuse e Guze), Keso, Virtus, Berna, Capicua ou Conjunto Corona.
Em 1995, editaram o EP de estreia, homónimo, ao qual se seguiu, dois anos depois, “Sem Cerimónias”, um dos álbuns que marcaram a história do rap em Portugal e do qual fazem parte temas como “Dedicatória”, “És como um dom” e “Falsos amigos”.
Ao longo de mais de 20 anos de carreira editaram mais cinco álbuns de originais, que incluem temas como “Todos gordos”, “Bazamos ou ficamos?”, “Invicta”, “Tilhas? São sapatilhas”, “Não para”, “A essência” e “És onde quero estar”.
Nos vários álbuns contaram com a colaboração de, entre outros, Sam The Kid, Valete, Da Weasel, Dealema, Melo D e Carla Moreira.
A discografia do grupo inclui ainda o EP “Flexogravity”, gravado com os Blind Zero em 1996, e a coletânea “Matéria Prima 1997-2007”, que incluiu êxitos, mas também alguns temas originais.
O último álbum do grupo, “Regresso ao futuro”, foi editado em 2012.
Quatro anos depois, punham um ponto final na carreira.
Em entrevista à Lusa em julho do ano passado, Ace partilhou que os Mind Da Gap terem acabado da forma como acabaram foi, “sem sombra de dúvida”, o pior momento dos seus 30 anos de carreira: “O pior foi termos chegado a uma altura em que já não nos entendíamos uns com os outros”.
Já o melhor, foi terem “conseguido vencer”. “Termos conseguido chegar ao patamar que chegámos, a pisar os palcos que pisámos, a chegar a muita gente, a tocar as pessoas realmente com a nossa música. E termos aberto portas e sermos inspiração e referência para tantos outros que se seguiram”, disse na altura.
Questionados hoje pela Lusa sobre se este regresso aos palcos pode significar um regresso do grupo, os elementos dos Mind Da Gap responderam: “um dia de cada vez”.
No SBSR, o alinhamento será feito dos muitos temas já gravados, visto que “não há temas novos” de Mind Da Gap.
O 28.º SBSR está marcado para os dias 18, 19 e 20 de julho, na Herdade do Cabeço da Flauta, perto do Meco, em Sesimbra.
Para o dia em que atuam os Mind Da Gap, o último, estão já confirmados também Stormzy, Fisher e Vulfpeck.
O cartaz para este ano inclui também Måneskin, 21 Savage, Royal Blood, Tom Morello, Slow J, Capitão Fausto, Will Butler + Sister Squares, Aminé, Fridayy e Kenny Mason, entre outros.
No comunicado hoje divulgado, a organização do SBSR refere que “a mobilidade é um dos principais focos na preparação do festival”.
“De modo a prevenir enchentes e congestionamentos, a organização recomenda ao público que chegue ao recinto [que abre às 16:00] cedo, siga rigorosamente as indicações das autoridades competentes e, sobretudo, utilize os transportes públicos reforçados e as várias opções alternativas de mobilidade”, lê-se no comunicado.
Este ano, a promotora fez parcerias com a Ala Viagens – que assegura ida e regresso do recinto por autocarro, a partir de Aveiro, Braga, Coimbra, Guimarães, Porto e Lisboa -, com a Fertagus, a Carris Metropolitana e a Câmara Municipal de Sesimbra – comboios da Fertagus desde Lisboa até à estação de Coina, e autocarros da Carris Metropolitana da estação de Coina até ao festival.