Museu Nacional da Resistência e da Liberdade é inaugurado hoje na Fortaleza de Peniche
O Museu Nacional da Resistência e da Liberdade (MNRL), na Fortaleza de Peniche, é inaugurado hoje, no dia em que passam 50 anos sobre a libertação dos presos políticos, na presença do Presidente da República e da ministra da Cultura.
Criado em 2017, numa das prisões de alta segurança da ditadura do Estado Novo reservadas aos opositores, abriu portas dois anos depois, em 25 de Abril de 2019, com um memorial e a exposição “Por Teu Livre Pensamento”, que antecipou os conteúdos do futuro museu.
Encerrado em 2022, o MNRL foi sujeito a obras destinadas à sua instalação definitiva, numa empreitada estimada em três milhões de euros, comparticipada com fundos comunitários, num custo total de montagem de cerca de 4,3 milhões de euros.
Dirigido pela museóloga e historiadora Aida Rechena, o museu abre com o memorial dedicado aos quase 2.700 presos políticos que a fortaleza deteve entre 1934 e 1974, e com um percurso expositivo que passa pelas celas de alta segurança, as celas individuais, a Galeria da Liberdade e a exposição “Resistência e Liberdade”. A visita envolve ainda a Capela de Santa Bárbara, que conta a história da fortaleza e da prisão, o Fortim Redondo, lugar de isolamento e castigo, o parlatório, o pátio da cisterna e a livraria especializada.
Em 2016, a Fortaleza de Peniche, no distrito de Leiria, classificada como Monumento Nacional desde 1938, tinha sido integrada na lista de monumentos históricos do programa Revive a concessionar a privados, mas passados dois meses a polémica levou a Assembleia da República a defender a sua requalificação. Foi então decidida a criação de um museu dedicado à memória da luta contra a ditadura, do combate pela liberdade e àqueles que ousaram resistir.
Da história da prisão de Peniche constam, entre outras, as fugas do dirigente comunista António Dias Lourenço, em 17 de dezembro de 1957, e do secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 03 de janeiro de 1960.