Noite da Literatura Europeia chega em junho ao Intendente com obras de 15 países

por Lusa,    16 Maio, 2023
Noite da Literatura Europeia chega em junho ao Intendente com obras de 15 países
Fotografia de Gül Işık / Pexels
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A Noite da Literatura Europeia regressa no dia 03 de junho, para uma edição com leituras encenadas de obras de 15 países, sobre temas como feminismo, guerra ou dramas familiares, e vai decorrer no Intendente, em Lisboa.

Naquela que será a sua 11.ª edição, a Noite da Literatura Europeia acontece em plenas Festas de Lisboa, num serão literário que, entre as 19:00 e as 23:30, dá a conhecer ao público de todas as idades obras de autores europeus contemporâneos, interpretadas por atores portugueses.

Do romance à poesia, passando pela banda desenhada e pelo teatro, “o programa deste ano inclui temas como o feminismo, a revolução, os dogmas e a sua desconstrução, a guerra, a rebelião, os dramas familiares ou a superação de limites numa sociedade em transformação permanente”, anunciou a organização. 

Com uma duração de 10 a 15 minutos, as sessões realizam-se de meia em meia hora, dando ao público a possibilidade de assistir às várias apresentações, mas também de visitar os diversos espaços, entre os quais “lugares que nem sempre são acessíveis ao público”.

Assim, a Noite da Literatura Europeia apresenta-se como uma oportunidade de conhecer a Fábrica de Torrefação Cafés Negrita, o hotel Palácio do Visconde, o Laboratório e a Oficina do FabLab Lisboa, o pátio da Junta de Freguesia de Arroios, ou o recreio e as salas da Associação Pró-Infância Santo António de Lisboa, entre muitos outros espaços.

Republica Checa, Espanha, Estónia, Grécia, Itália, Luxemburgo, Portugal e Roménia são os países que terão os seus autores presentes nas sessões, dando ao público a possibilidade de contactar com os criadores europeus.

A representar Portugal estará Miguel Montenegro, psicólogo clínico e o primeiro autor português de banda desenhada a trabalhar para a Marvel Comics, que com os seus “Psicopatos” questiona dogmas e evidencia algumas das contradições das ciências psicológicas. A interpretação estará cargo da atriz Sandra Celas.

Da Alemanha chega “O pescoço da girafa”, de Judith Schalansky, editado pela Elsinore, obra que consiste num retrato psicológico e social, em tom paródico, de uma sociedade alemã em profunda transformação, interpretada por Sofia Portugal.

A proposta austríaca é o livro “A revolta dos animais marinhos”, de Marie Gamillscheg, que aborda a libertação gradual de restrições da infância, do próprio corpo e de leis impostas por outros, cuja leitura encenada será feita por Cheila Lima.

Markéta Pilátová é a autora escolhida para representar a República Checa, com “Olhos da loba”, um romance baseado em narrativas de checos radicados em São Paulo que conta a história de um amor destroçado pela Segunda Guerra Mundial na Europa, e que terá uma encenação feita pela atriz Lígia Cruz.

O livro de Espanha é “As maravilhas”, de Elena Medel, editado por cá na Dom Quixote, que conta uma história sobre a precariedade e o passado recente da Península Ibérica, do final da ditadura à explosão do feminismo, pela voz de Paula Garcia. 

Da autoria de Eva Koff e Indrek Koff, “Voltar” é a peça de teatro escolhida para representar a Estónia, uma obra que procura analogias entre aquele país e Portugal, durante os anos de ocupação soviética e os da ditadura salazarista, e que será interpretada por Miguel Loureiro.

A Finlândia aposta em “O caçador de bruxas” (Bertrand Editora), uma obra policial de Max Seeck, autor que já foi apelidado de Agatha Christie dos tempos modernos, e que começa com um assassinato e a inevitável investigação, em busca do responsável pelo crime, cuja leitura encenada estará a cargo da atriz Ana Água.

O representante de França é Emanuele Coccia, com “A vida das plantas. Uma metafísica da mistura” (Documenta), um livro que parte da contemplação das plantas e vegetação para propor uma filosofia de vida em conjunto. Caberá à atriz Jacqueline Corado dar vida a esta obra. 

“Olya. Dois invernos e uma primavera”, do autor grego Vassilis Papadopoulos, é um livro que transporta os leitores à Ucrânia pós-soviética, em 1994, numa Kiev que luta contra a pobreza, a ser lido e interpretado por Efthimios Angelakis. 

Géza Bereményi e o seu romance autobiográfico, “O Copperfield húngaro” abordam a infância e a juventude do autor na Hungria dos anos 1950 e 1960, através da interpretação de João Pedro Dantas.

Da Irlanda chega o livro “Pequenas coisas como estas”, editado em Portugal pela Relógio d’Água, da autora Claire Keegan, que confronta o leitor com uma história sobre o passado e os complicados silêncios de uma povoação controlada pela Igreja. Inês Lapa é a atriz que empresta corpo e voz a esta leitura.

A obra escolhida para representar Itália foi “O comboio das crianças”, da escritora Viola Ardone, que faz o retrato de um país que tenta renascer da guerra pelos olhos de uma criança de rua, e que será interpretada por Rita Brütt.

Em “A partida”, a escritora luxemburguesa Kerstin Medinger relata uma ‘road trip’ invulgar que reúne um casal de lésbicas idosas, dois adolescentes infelizes e um autor desiludido, e a atriz Carolina David leva-a até ao público.

Já “A festa do fogo”, romance do polaco Jakub Małecki, é uma história intimista sobre a superação de limites e o preço a pagar por ela, interpretada por Maria Toureiro, ao passo que em “Rimas contra a guerra”, a autora romena Otilia Dor oferece aos leitores uma renovada esperança em tempos difíceis, que será lida e encenada por Nuno Pinheiro, com acompanhamento musical de Isaac Veloso. 

A Noite da Literatura Europeia é uma iniciativa da EUNIC Portugal, rede que reúne institutos culturais e embaixadas de países da União Europeia. 

O evento é totalmente gratuito e integra-se nas Festas de Lisboa, realizado em parceria com a EGEAC e, nesta edição, com a Junta de Freguesia de Arroios.

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