Nova temporada do S. Luiz tem teatro, ópera, música e “A Boémia de um Cabaret Sonoro”
O Teatro S. Luiz, em Lisboa, abre a temporada a 02 de setembro com “A Boémia de um Cabaret Sonoro”, prossegue com teatro, ópera, música, cinema e envolve criadores e estruturas como Vítor Rua, Tiago Correia e Cátia Pinheiro.
A estreia da ópera “A Tempestade”, de Jean Sibelius, sobre o texto de William Shakespeare, com encenação de António Pires, é a primeira de uma programação anunciada pelo teatro, a cumprir até ao final de dezembro, que também inclui novas produções das companhias Artistas Unidos, Teatro Praga, Cão Solteiro, que acolhe espetáculos de A Turma e do festival Alkantara, e homenageia Pedro Gonçalves (1970-2021), dos Dead Combo, com o concerto “Um Olhar Que Era Só Teu”, em que participam mais de duas dezenas músicos.
“A Boémia de um Cabaret Sonoro”, de Suzie and the Boys, é um concerto “num ambiente de blues, ritmos latinos, mambo, swing e rock and roll”, protagonizado por Miss Suzie e “uma pequena orquestra” de oito músicos vindos de projetos como Irmãos Catita, Cool Hipnoise, Ena Pá 2000, Terrakota, X-Wife, Cais Sodre Funk Connection, Farra Fanfarra e Tora Tora Big Band, entre outros.
Na abertura da temporada, também haverá “Zabra Soundscapes”, do artista João Pedro Fonseca e do DJ Manuel Bogalheiro, projeto conjunto, que se assume como “movimento artístico com espaço dedicado à experimentação e investigação”.
A 07 de setembro, é feita a antestreia da ópera filmada “virino kaj naturo # _” (título original em esperanto de “Mulher e Natureza”), com música de Vítor Rua e libreto de Ilda Teresa Castro; uma ópera “ecofeminista e ecomulherista”, que faz uma aproximação aos movimentos Black Feminism e Black Lives Matter, liderados por mulheres afro-americanas.
A estreia portuguesa de “A Tempestade” acontece a 13 de setembro e fica em cena durante uma semana. A produção reúne a companhia do National Operetta’s Theatre de Kiev, a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o projeto participativo Coro do Festival de Verão.
A montagem evoca a mensagem de Shakespeare e coloca-a no “momento que a humanidade atravessa, com uma sangrenta guerra a acontecer em plena Europa”, tomando as palavras de Próspero, com mais de 400 anos, como “tema central”: “Só o perdão e a redenção podem veicular um futuro e uma ideia de continuidade.”
“Um Olhar Que Era Só Teu – A Música dos Dead Combo”, concerto que não é “nem uma celebração, nem uma despedida”, acontece a 28 de setembro, lembrando Pedro Gonçalves e, além de Tó Trips, a outra metade do duo, reúne mais de 20 músicos como Aldina Duarte, Alexandre Frazão, Filipe Melo, Gaspar Varela, Mário Delgado, Nuno Rafael e Peixe.
“O Salto”, de Tiago Correia, com a companhia A Turma, fica em cena de 04 a 08 outubro. A peça resulta da investigação sobre a emigração portuguesa dos ́anos de 1960, parte de testemunhos reais, e tem o objetivo de “levantar o véu a um período da história” que “se mantém tabu, pela miséria e obscurantismo em que se vivia, pela opressão da ditadura ou porque invoca o tema dissidente da deserção da guerra colonial.”̀
O S. Luiz acolherá ainda as estreias de “Europa”, de David Greig, pelos Artistas Unidos, com encenação de Pedro Carraca, em outubro; “Abstract”, de Cão Solteiro e Vasco Araújo, em novembro; e “Bravo 2023!”, do Teatro Praga, que encerra dezembro. Cátia Pinheiro apresentará “Carta à Matilde”, em setembro.
Em outubro, o ciclo “Topografias Imaginárias – Do punk ao near silence”, do Arquivo Municipal De Lisboa – Videoteca, mapeia “o encontro entre cinema, música e Lisboa”, com filmes de Edgar Pêra, Nuno Calado e David Francisco, Ricardo Espírito Santo, Nuno Duarte e Nuno Galopim, atravessando universos de músicos e bandas como Censurados, Pop Dell’Arte, Manuel João Vieira e os Irmãos Catita, sem esquecer o palco do Rock Rendez Vous por onde todos passaram.
Em novembro, o projeto multidisciplinar “Kilombo”, do coletivo Aurora Negra (Cléo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema), com o programa ainda em construção, promete constituir-se como “lugar de força e libertação”, reunindo artistas que, “com a sua arte, têm contribuído para a criação de sonhos e utopias”.
Esta é a primeira temporada sob a direção artística de Miguel Loureiro, mas ainda “maioritariamente desenhada” pela sua antecessora, Aida Tavares, como o novo diretor afirma na apresentação.
A abertura da temporada, a 02 de setembro, tem entrada livre, sujeita à lotação.
A programação integral pode ser consultada no ‘site’ do teatro.