Novo livro de Pedro Boucherie Mendes, sobre os “Anos 80 em Portugal”, é apresentado por Miguel Morgado e Miguel Somsen em Lisboa
A obra, que revisita a primeira década integralmente vivida em democracia no nosso país, será apresentada por Miguel Morgado e Miguel Somsen no próximo dia 29 de outubro, às 18h30, na Livraria Buchholz, em Lisboa.
Entre a memória autobiográfica e a evocação de alguns dos acontecimentos que mais marcaram o país e o mundo nos Anos 80, Pedro Boucherie Mendes guia-nos, em A Década Prodigiosa – Crescer em Portugal nos Anos 80”, de Pedro Boucherie Mendes (ed. LeYa/ Dom Quixote), numa viagem a um passado onde tudo parecia possível, numa narrativa em que o retrato de época se cruza com a inevitável nostalgia de uma certa inocência perdida. Na perspetiva do autor, “Condensar uma década em algumas centenas de páginas é um risco, mas existe um espírito irrepetível nos anos oitenta que merece ser passado para o futuro.”
A década de 1980 em Portugal foi a primeira a começar em democracia – a primeira em que toda uma geração viveu sem a sombra da ditadura. Os portugueses fizeram dessa época um tempo extraordinário, dominados pela sensação de que cada novo ano seria ainda mais espantoso do que o anterior. Nem tudo foi bom, é certo. Dramas como o trabalho infantil, a heroína, a SIDA, os bairros de lata ou a vulgarização dos salários em atraso escurecem as recordações mais otimistas. No entanto, esse lado negro não é o que prevalece naqueles que cresceram nessa era. Se a década começou triste, atrasada e falida, avançou numa crescente sede de modernidade e num ambiente de despreocupação, sobretudo entre os mais novos, que hoje parecem irrepetíveis. E quando os anos oitenta terminaram, Portugal era um país promissor, de mangas arregaçadas a encarar o futuro.
«Os portugueses dos oitenta entregaram aos dos noventa a Europa, mas também as medalhas de ouro olímpico de Carlos Lopes e Rosa Mota, o talento inigualável e brilhante de Herman José e Miguel Esteves Cardoso, um património de canções de Variações, dos GNR, dos Xutos e de Rui Veloso. Entregaram a data de validade nos produtos. O multibanco e o crédito para quem quisesse e pudesse. As Amoreiras e outros centros comerciais. A normalização da ideia de continuar os estudos e depois ir para a universidade.(…) O inglês como segunda língua, óbvia e evidente para todos os miúdos. Entregaram muita da modernização social e económica que tardava, planos para novas infraestruturas, legislações revistas e mais eficientes, melhor organização do Estado (…), economia aberta, dinâmica e mais concorrencial. Entregaram estabilidade social e política.” Escreve Pedro Boucherie Mendes na abertura do seu novo livro, A Década Prodigiosa.
Pedro Boucherie Mendes nasceu em 1970. Jornalista, trabalhou na rádio, no jornal O Independente e em várias revistas. Está na SIC desde 2009 e tem vários livros publicados. Nos anos oitenta, que passou nos arredores de Lisboa, andou sempre na escola pública, fez rádio pirata, comprou discos na Bimotor e roupa na Feira de Carcavelos, viu concertos no Dramático de Cascais, foi a Espanha comprar caramelos, passou férias no Algarve e fez viagens à terra. Também foi muitas vezes à Feira Popular comer frango assado, e até fez a PGA.
A Década Prodigiosa, de Pedro Boucherie Mendes, chega às livrarias a 22 de outubro numa edição da LeYa/ Dom Quixote com 664 páginas e um PVP de €29,90. O livro está disponível em pré-venda online.