O FEST arranca hoje em Espinho com mais de 230 filmes
A 14.ª edição do FEST – Festival Novos Realizadores | Novo Cinema tem início hoje, no Centro Multimeios de Espinho, e estender-se-á até dia 25 deste mês.
O festival, de carácter informal, destina-se a cineastas emergentes e foca-se na promoção, partilha e desenvolvimento de conhecimentos e novas perspectivas. As centenas de participantes, originários de dezenas de países, possibilitam o networking em grande escala.
Este ano, o Training Ground – a secção educativa que acontece todos os anos em paralelo com o festival – tem confirmada a presença de 28 profissionais da indústria cinematográfica. Destaca-se Asgard Fahardi, argumentista e realizador de “A Separation”, o filme iraniano vencedor do Óscar para melhor filme estrangeiro em 2012. Também Roman Coppola, produtor/realizador e o coargumentista de “The Darjeeling Limited” (2007) e “Moonrise Kingdom” (2012), marcará presença nesta edição. O português João Ribeiro, diretor de fotografia do filme Cartas da Guerra (2016), e Eddy Joseph, supervisor de som de filmes como “Corpse Bride” (2005) e “Casino Royale” (2006), são outros dos convidados. Scandar Copti e Pete Travis regressam a Espinho e as mais recentes confirmações incluem Finola Dwyer, Joelle Levie e Luís Galvão Teles.
Adquirir passes para o Training Ground ainda é possível, através da página oficial do festival.
Do outro lado do espectro educativo, a novidade é o FEST Educator’s Coffee Talk, que reúne professores e representantes de escolas em torno do tema da educação cinematográfica.
Ainda em paralelo, decorrem as sessões de orientação do FEST – Pitching Fórum, que atinge este ano a sua 7.ª edição. Os jovens cineastas inscritos serão acompanhados por especialistas na reescrita de um argumento e habilitam-se a um prémio, numa de três categorias.
Franziska M. Hoenische, recente participante do Training Ground e Pitching Fórum, regressa enquanto realizadora de “Club Europa”, em exibição no último dia do festival.
Em competição pelo Lince de Ouro, destacam-se “I’m not a Witch”, realizado por Rungano Nyoni e vencedor de um BAFTA, uma sátira provocante e carregada de simbolismo sobre uma menina julgada por ser bruxa; “Winter Brothers” de Hlynur Palmason, badalado na última edição do Festival de Locarno e vencedor de 21 galardões; e “Lemonade”, de Ioana Uricaru, estreado este ano no Festival de Berlim. Num híbrido entre a ficção e o documentário, com uma grande dose de experimentalismo, há ainda “Photon”, um filme que aborda a criação do universo e que transformou o realizador Normal Leto numa figura central da cena cinematográfica europeia. A política internacional e o olhar crítico com que o panorama atual tem vindo a marcar obras recentes volta a marcar presença no FEST, com filmes como “Sand and Blood”, “Blockage” e “The Celebration – Impreza”. Lupo, de Pedro Lino, é a longa-metragem portuguesa em competição.
As curtas-metragens selecionadas para o Lince de Prata são todas internacionais. Por outro lado, o Grande Prémio Nacional, reservado à produção de cinema português, conta este ano com 14 curtas-metragens – o dobro do ano passado.
As secções de competição incluem ainda NEXXT, com 88 curtas-metragens selecionadas para a competição internacional de escolas, sendo 25 delas portuguesas; e o FESTinha, com filmes infantojuvenis destinados à faixa etária dos 3 aos 17 anos.
As secções não-competitivas multiplicam o leque de escolhas dos cinéfilos que compareçam no festival. Às habituais “Be Kind Rewind” e “Flavours of the World” – que este ano nos leva à Suécia, Áustria e Japão – juntam-se Beach Cinema, cinema ao ar livre sobre a cultura do surf, “Lost in the Metaverse”, com três filmes de cinema imersivo a serem exibidos no Planetário, uma Sessão Sénior e até uma Sessão Secreta.
No total, são 235 os filmes em exibição durante esta semana, na cidade de Espinho. Os bilhetes para as sessões podem ser adquiridos no próprio dia, com a antecedência mínima de 10 minutos, no Centro Multimeios.
Hoje, às 21h30, a sessão de abertura estará a cargo de “Mobile Homes”, a primeira longa-metragem de Vladimir Fontenay. Uma das maiores sensações da Quinzena dos Realizadores em Cannes, o filme narra a história de uma jovem mãe, com um filho de oito anos e um namorado tóxico, que deambula entre motéis, numa sucessão de esquemas e sob pressão constante, até que uma comunidade de casas pré-fabricadas surge como alternativa de vida.
Artigo escrito por Inês Lebreaud