O Maio escaldante da VIC – Aveiro Arts House

por Comunidade Cultura e Arte,    30 Abril, 2018
O Maio escaldante da VIC – Aveiro Arts House
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A chuva nunca vai parar de fazer das suas, mas podemos oficialmente dar como aberta a época ‘caliente’ do ano? São as esplanadas solitárias que voltam a ter o nosso carinho de copo na mão, os trapos curtos que regressam em grande, e toda uma infinidade de direitos fundamentais que o Inverno nos priva, mas que não nos consegue tirar.

Posto isto, apenas excelentes razões te fariam reservar um serão de Maio numa cave. Pois aqui estão:

Fun Fun Funeral (Lyon, França)

A VIC- Aveiro Arts House é um espaço de intercâmbio de ideias e produtos, que desde sempre nos brindou com uma programação compacta e vanguardista, com este ‘funny fact’ que partilha com os artistas que recebe: o anonimato continua a encobrir o potencial, mas sabemos que isto vai mudar.

Prova disso é o “freak-pop” de Fun Fun Funeral (Lyon, França) que consegue meter o “Love Letters” dos Metronomy no bolso. Com “Chin Up I”, EP de estreia com muito valor, FFF prepara-se para apaixonar a Península Ibérica com uma mini-tour de semana e meia, com natural “pit-stop” na VIC.

Northwest (Espanha/Reino Unido)

Numa casa multifacetada e onde a troca de idioma é constante, a 2ª semana do mês é reservada a um duo especial. Mariuca García-Lomas e Ignácio Simón mudaram-se de Espanha para o Reino Unido em 2015, altura em que lançam “Refletion”, primeiro single dos Northwest bastante aclamado numa chuva de comparações a artistas como Björk ou Portishead.

Com o 1.º longa duração na mala, a dupla residente em Londres prepara-se para embarcar na viagem onde mostram esta estética peculiar ao mundo, com o jazz a tocar o trip-hop sem perder a harmonia de uma boa canção.

Boris Chimp 504 (Porto, Faro)

Seguindo a vertente audiovisual e extra-musical a que a casa nos habituou com performances de Ton-Dose (espanha) ou Tatsuru Arai (Japão), seguimos em mais viagens cosmaunáticas com Boris Chimp 504. Em busca do chimpanzé astronauta cuja última comunicação com a Terra foi feita a 7 de Julho de 1969, Miguel Neto e Rodrigo Carvalho dão-te uma experiência em tempo real que promete transformar a cave da VIC num verdadeiro universo Sci-Fi.

Sem discriminação de tempo, espaço ou imagem, a dupla vagueia pelos grafismos das ondas sonoras numa simulação futurista da potencialidade das frequências espaciais.

E por falar em futuro, que na música traduzimos isto para o “baile funk” que começa a sair das discos chungas para uma abordagem indie e interventiva, acaba-se o mês com O Gringo Sou Eu. Tendo o background político e social de um Brasil que trocou pelo Porto, Frankão apresenta uma linguagem nunca vista através de samples e palavras de ordem importadas do hip-hop para uma espécie de “funk da putaria revolucionário”. Sem papas na língua, engana-se quem acha que as canções da sua autoria tomam algum partido. Como o próprio afirmou recentemente a meio de um concerto no Hard Club, “o meu pai era sindicalista e eu não sou porra nenhuma. O bom de não ser porra nenhuma é que posso falar mal de todos”. Assinamos por baixo.

Podes ver a info dos eventos e restantes iniciativas da VIC- Aveiro Arts House na sua página de facebook, ou passar no nº 14 da Rua Príncipe Perfeito, em Aveiro.

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