O novo Universo sci-fi de Neill Blomkamp
O realizador sul africano Neill Blomkamp espantou tudo e todos ao anunciar que se iria concentrar numa série de curtas metragens produzidas pelo seu próprio estúdio, o Oats Studios. Após a confirmação de que seria o próprio a realizar o próximo filme da saga Alien e que este se iria passar algures entre o segundo e terceiro filme, com o regresso confirmado de Sigourney Weaver e Michael Biehn, os fãs da saga ficaram loucos e com uma enorme expectativa. O problema com as expectativas é quando elas não se chegam a concretizar e foi o que aconteceu. Pouco tempo depois da confirmação, Ridley Scott veio a público dizer que iria tomar o leme da saga Alien e realizar novos filmes, deixando em pausa esta produção de Blomkamp.
O tempo passou e tornou-se uma incógnita se esse novo Alien de Blomkamp algumas vez iria ver a luz do dia. Entretanto também se especulou sobre o futuro do realizador. Apesar do sucesso estrondoso de District 9, os seus dois seguintes filmes, Elysium e Chappie, não conseguiram a mesma aclamação por parte da crítica e colocaram algumas dúvidas sobre o futuro do realizador.
Recentemente todas as surpresas foram desvendadas. Neill Blomkamp é o mentor por trás dos estúdios Oats e iriam ser lançadas pelo menos três pequenos filmes no youtube, de forma gratuita, e para que o público pudesse aplaudir, criticar ou apoiar estas novas ideias.
Desta nova fornada criativa os estúdios Oats deram até agora à luz do dia três excelentes curtas-metragens e alguns anúncios bastante peculiares.
A primeira destas experiências, intitulada de Rakka, com Sigourney Weaver ao leme e alguns dos melhores efeitos especiais que terão hipótese de observar, foi um autêntico choque de frescura no universo sci-fi tolo e repetitivo que entope os cinemas nos dias de hoje. Com uma temática novamente bastante pessoal para o realizador, Rakka explora mais uma vez uma invasão alienígena no nosso planeta, mais ao estilo de um Terminator do que propriamente de District 9. Mais visceral é a segunda curta de Blomkamp, Firebase, com uma narrativa que mistura realidade e fantasia enquanto nos brinda com detalhes de violência extrema.
Ambas as curtas-metragens têm em comum várias características: o tom crítico às guerras; diferenças entre seres humanos; fim da humanidade em geral; efeitos especiais incríveis, muitos deles tradicionais;
A doze de Julho estreou a terceira curta intitulada de Zygote. A temática sci-fi continua presente, mas desta vez vivemos um thriller ao género do primeiro Alien, em vez de uma critica social à violência. Esta curta, com Dakota Fanning no principal papel, é um autêntico sufoco, bem ao estilo de The Thing ou do Alien de 1979. O suspense deixa-nos completamente agarrados ao ecrã até aos segundos finais. Mais uma vez os efeitos visuais são espantosos, assim como a capacidade do realizador em criar cenários e narrativas de curta duração.
A partir daqui é uma incógnita. Será que alguma destas experiências vai originar uma longa metragem? Teremos mais curtas para assistir este ano? Para já não se sabe nada, o que se sabe é que Rakka, Firebase e Zygote são três dos melhores exemplos de belas peças cinematográficas de sci-fi.
Blomkamp conseguiu dar a volta a toda a cultura comercial e financeira dos grandes estúdios, principalmente aqueles que têm lançado os grandes filmes de sci-fi dos últimos anos, com pequenas excepções (Moon, por exemplo), afirmando-se assim como mais do que um realizador, um autêntico criativo num género que é infinito e que precisava de renovação.
Bem vindo de volta, Neill Blomkamp.
Podem assistir aqui às três curtas e ao magnifico anúncio promocional.