“O Ouriço e a Raposa”: o livro mais importante de Isaiah Berlin é publicado pela primeira vez em Portugal

por Comunidade Cultura e Arte,    25 Julho, 2020
“O Ouriço e a Raposa”: o livro mais importante de Isaiah Berlin é publicado pela primeira vez em Portugal
Capa do livro

O Ouriço e a Raposa – Ensaio sobre a Visão Histórica de Tolstói chega às livrarias portuguesas no dia 28 de Julho, mas já se encontra disponível, através de pré-venda, no site da Guerra e Paz, Editores.

Corria o ano de 1953 quando o filósofo britânico Isaiah Berlin publicou um dos mais brilhantes ensaios de todos os tempos. N’O Ouriço e a Raposa – Ensaio sobre a Visão Histórica de Tolstói, um livro de esplêndida erudição, o autor utiliza uma parábola animal para classificar algumas das maiores figuras da história intelectual do Ocidente em dois modos existenciais de vida e de pensamento: os que procuram e se deixam seduzir por pequenos saberes múltiplos, representados pela raposa, e os que se obstinam em fechar o mundo numa visão única e totalizante, representados pelo ouriço. Excepção feita ao escritor russo Tolstói, que, segundo Berlin, foi «por natureza uma raposa, mas por convicção um ouriço». Mais de meio século depois, esta obra, imprescindível para compreender melhor a complexidade da natureza do saber  e do nosso mundo, chega pela primeira vez às livrarias portuguesas, numa tradução inédita com a chancela da Guerra e Paz.

«A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa muito importante.» A partir deste aforismo do poeta grego Arquíloco, Isaiah Berlin criou O Ouriço e a Raposa – Ensaio sobre a Visão Histórica de Tolstói, uma parábola que classifica, de forma aparentemente simples, dois modos existenciais de enfrentar a realidade, num ensaio de esplêndida erudição literária e filosófica.

As raposas, representadas por Shakespeare, Heródoto, Aristóteles, Montaigne, Goethe ou James Joyce, julgam saber muitas coisas, aceitando, por isso, uma visão global do mundo que as ultrapassa. A sua pluralidade de saberes leva-as a reconciliarem-se com os limites do que sabem, vivendo felizes com isso.

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Pelo contrário, os ouriços, que terão sido Dante, Pascal, Ibsen ou Marcel Proust, querem saber uma grande coisa, procurando obsessivamente que essa grande coisa dê uma unidade formal à realidade, para se reconciliarem com o mundo. As suas vidas podem, por essa razão, ser menos felizes.

Eleito pelo jornal britânico The Guardian como o 28.º melhor ensaio de todos os tempos, este é um texto que flui, como um rio, pelas margens do pluralismo e da obstinação. Um marco na análise da complexidade do nosso mundo, tantas vezes guiado por valores, interesses, necessidades e direitos divergentes.

O seu autor, Isaiah Berlin, foi um dos pensadores mais importantes do século XX e é, ainda hoje, uma figura chave para compreender a relação entre as sociedades e os totalitarismos.

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