O poder libertador do cinema em ‘Get Out’ e ‘I Am Not Your Negro’
O ponto de vista afro-americano finalmente ocupa um lugar de destaque na produção audiovisual norte-americana. Depois do Óscar para “Moonlight” (2016), os cinemas são agora palco para dois filmes que tocam em aspectos de justiça social. Um deles é “I am not your Negro” (2016), de Raoul Peck.
O filme baseia-se num manuscrito incompleto de James Baldwin, um dos mais influentes pensadores afro-americanos. Samuel L. Jackson empresta a voz ao texto e Raoul Peck conjuga-a com imagens de arquivo, contando uma história quase inaudita.
O segundo filme é “Get Out” (2017), de Jordan Peele. O filme começa como um retrato de uma relação inter-racial, mas multiplica-se em metáforas sobre stress racial. Tom van der Linden explora estas metáforas num vídeo-ensaio focado em “white fragility”, conceito cunhado por Robin diAngelo:
“White Fragility is a state in which even a minimum amount of racial stress becomes intolerable, triggering a range of defensive moves. These moves include the outward display of emotions such as anger, fear, and guilt, and behaviors such as argumentation, silence, and leaving the stress-inducing situation. These behaviors, in turn, function to reinstate white racial equilibrium.”
O vídeo para o canal “Like Stories of Old” explora estes dois filmes, assim como um conceito na base do cinema e quase toda a ficção: um bom filme permite-nos viver a vida de outra pessoa por umas horas.