OMS Europa lamenta redução do uso de preservativos pelos adolescentes

por Lusa,    29 Agosto, 2024
OMS Europa lamenta redução do uso de preservativos pelos adolescentes
Fotografia de Reproductive Health Supplies Coalition / Unsplash
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) Europa lamentou a diminuição do uso de preservativos pelos adolescentes nos últimos anos, alertando para os riscos de infeção e de gravidez indesejada em países desde o Canadá até à Ásia.

As conclusões constam do último relatório da OMS Europa sobre o comportamento de saúde em crianças em idade escolar e foram retiradas de inquéritos a quase um quarto de milhão de jovens de 15 anos em 42 países, entre 2014 e 2022.

“Embora os resultados tenham variado amplamente entre os países e regiões, a tendência observada mais importante desde o comportamento de saúde na pesquisa de crianças em idade escolar, em 2014, é de declínios em alguns países e regiões no uso de preservativos entre jovens de 15 anos sexualmente ativos”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS Europa, no prefácio ao relatório.

Segundo o responsável, os resultados, que também examinaram a utilização da pílula contracetiva, são “desanimadores” mas “não surpreendentes”, tendo em conta a educação sexual negligenciada em muitos países.
A OMS e os autores do relatório exortaram os decisores mundiais a fazer mais para melhorar a educação sexual dos jovens.

Nos países onde a educação sexual “adequada à idade” está disponível, “tem sido cada vez mais atacada nos últimos anos com a falsa premissa de que incentiva o comportamento sexual”, acrescentou Kluge.
Entre os adolescentes sexualmente ativos inquiridos, a percentagem de rapazes que afirmaram ter usado preservativo na sua última relação sexual desceu para 61% em 2022, contra 70% em 2014.

Entre as raparigas entrevistadas, o número caiu para 57% de 63% no mesmo período.
No geral, a proporção de adolescentes que relataram ter tido relações sexuais permaneceu “relativamente estável” desde 2014 – com um em cada cinco rapazes de 15 anos e 15% das raparigas da mesma idade a relatarem ter tido relações sexuais.

O número de rapazes diminuiu ligeiramente em relação a 2018, quando um em cada quatro declarou ter tido relações sexuais.
Entre outras conclusões, os adolescentes de famílias mais pobres eram mais propensos a não usar preservativo – um em cada três em comparação com um em cada quatro entre os adolescentes de origens mais ricas, disse a OMS Europa, com sede em Copenhaga, Dinamarca.

A utilização do preservativo entre as raparigas foi mais baixa na Albânia (24%) e mais elevada na Sérvia (81%), segundo o relatório. No caso dos rapazes, a taxa mais baixa de utilização foi registada na Suécia (43%), enquanto a taxa mais elevada foi registada na Suíça (77%).

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