Orquestra Jazz de Matosinhos regressa este mês às edições com “Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses”
Disco será editado em simultâneo no Brasil, através da Biscoito Fino, e tem curadoria de Zuza Homem de Mello.
A Orquestra Jazz de Matosinhos está de regresso às edições com “Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses”, um disco com curadoria de Zuza Homem de Mello, arranjos de alguns dos mais importantes compositores brasileiros contemporâneos, com Kiko Freitas (bateria) e Gabi Guedes (percussão), e com a big band portuguesa dirigida por Pedro Guedes.
“Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses” será editado dia 28 de março, em simultâneo em Portugal e no Brasil, através da reputada Biscoito Fino. O CD duplo inclui clássicos como “Corcovado” e “Wave” (António Carlos Jobim), “Carinhoso” (Pixinguinha),“Nanã (Coisa n.º5)” (Moacir Santos) e “Linha de Passe” (João Bosco) – tema que serve de apresentação a este registo.
“Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses” começou a ser pensado em 2018 e resulta de uma série de encontros felizes entre os países irmãos, amantes de arquitetura, arte e música. Esta edição é, antes de tudo, uma homenagem a Zuza Homem de Mello, quatro anos depois do seu desaparecimento.
Como tudo começou
Em setembro de 2018, a Casa da Arquitectura inaugurou a exposição “Infinito Vão – 90 anos de arquitetura brasileira” e, para o encerramento da mesma, Nuno Sampaio, diretor executivo da instituição, convidou Zuza Homem de Mello para pensar um espetáculo que cruzasse as diversas expressões da cultura com a arquitetura, música em especial. “Qual foi a minha sugestão? Um concerto de uma orquestra portuguesa com músicas e arranjadores brasileiros”, escreveu o musicólogo e jornalista brasileiro, especialista na história da música popular brasileira.
Aquando da inauguração da “Infinito Vão”, Zuza Homem de Mello, então com 85 anos, foi apresentado a Pedro Guedes, diretor artístico da Orquestra Jazz de Matosinhos e, daí para a frente “foi ‘sopa no mel’, um vaivém de partituras, um vaivém de informações”, lê-se no booklet do disco.
Em palco, os músicos da OJM conectaram com temas clássicos do cancioneiro brasileiro, como “Carinhoso” de Pixinguinha e “Corcovado” de Antonio Carlos Jobim. Por cá, Pedro Guedes questionava “como agarrar a imensa diversidade e riqueza desta música? Como construir um repertório que a represente, partindo da nossa condição cúmplice de músicos portugueses?”
Tendo como guia Zuza Homem de Mello – “homem com música nas veias, de gargalhada sincera e inconfundível” – que escolheu os temas, os arranjadores e trouxe do Brasil o reputado baterista Kiko Freitas (eleito ‘melhor baterista do mundo’ na categoria de World Music pela revista norte-americana Modern Drummer em 2019), a OJM apresentou-se ao vivo na Tanoaria/Casa da Arquitetura e rapidamente percebeu que tinha de registar o concerto, homenageando o generoso e inesquecível Zuza.
Gravado em 2022, “Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses” contou ainda com Gabi Guedes, figura incontornável da percussão afro-baiana, e vê agora a luz do dia com uma edição em simultâneo no Brasil. A 28 de março, o disco será editado em Portugal, com o selo CARA, e no Brasil, com o selo da reputada Biscoito Fino (Chico Buarque, Guinga, Tom Zé, Maria Bethânia, Gal Costa e Rita Lee).
“É com grande alegria que iniciamos esta parceria com a Orquestra Jazz de Matosinhos. As afinidades artísticas entre a Orquestra e a Biscoito Fino são inúmeras e esperamos que este projeto seja o início de uma longa conversa musical. Parabenizamos o maestro Pedro Guedes por toda a trajetória da OJM e sua excelência”, afirma Kati Almeida Braga, fundadora da Biscoito Fino.
Para o fundador e diretor artístico da big band portuguesa, “é um grande orgulho editarmos este trabalho com curadoria de Zuza Homem de Mello através da Biscoito Fino. Esta editora é uma referência para quem gosta e ouve música brasileira”.
O disco “Músicas Brasileiras, Músicos Portugueses” estará disponível em formato digital e físico.