“Os Três Irmãos”. Espectáculo com texto de Gonçalo M. Tavares e direcção artística de Victor Hugo Pontes estreia em Almada

por Comunidade Cultura e Arte,    8 Fevereiro, 2023
“Os Três Irmãos”. Espectáculo com texto de Gonçalo M. Tavares e direcção artística de Victor Hugo Pontes estreia em Almada
Fotografia de José Caldeira
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A companhia de dança contemporânea Nome Próprio vai ao Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB9, no sábado, dia 25, com “Os três irmãos”. O espectáculo tem texto de Gonçalo M. Tavares e direcção artística de Victor Hugo Pontes

Victor Hugo Pontes coloca em cena três bailarinos imaginados pelo escritor Gonçalo M. Tavares: Abelard, Adler e Hadrian são “Os três irmãos“. Quando se encontram, num não-lugar, procuram o rasto dos seus pais, marcam a giz a sua ausência, lavam-se, comem juntos à mesa, carregam os corpos uns dos outros num sacrifício ritualizado, carregam-se aos ombros, vivem em fuga, praticam o jogo perigoso do encontro com o passado. Estes três irmãos tentam concretizar a sua ligação à terra e sobreviver à existência uns dos outros, mesmo se essa existência tiver sido esburacada a berbequim, enrodilhada numa trouxa de roupa, e transportada num carrinho de mão.

Sobre esta criação, o coreógrafo afirma que: “Não trabalho com palavras, mas sim com movimentos, o que vai tornando progressivamente difícil escrever sobre os meus espectáculos. Mas uso muitas vezes as palavras como ponto de partida, como meio, e até como fim. Acabo quase sempre por retirá-las da boca dos intérpretes, ou por calar os autores. Desta vez não foi assim: as palavras do Gonçalo M. Tavares estão presentes em Os três irmãos. São o motor da acção e surgem no espectáculo para serem lidas, e não ditas. A força da sua presença é por isso diferente – são palavras que não se ouvem, mas que conduzem o espectador”, afirma Victor Hugo Pontes.

Com formação em artes plásticas, teatro e coreografia, Victor Hugo Pontes é um criador que não se deixa limitar por formatos, e que explora constantemente as ligações entre o movimento e a palavra. Em 2019 venceu o Prémio SPA na categoria de Dança – Melhor Coreografia, com o espectáculo Margem. Colaborou com Beatriz Batarda e Marco Martins, Jorge Andrade, Joana Craveiro, Inês Barahona e Miguel Fragata, entre outros. É, desde 2009, o Director Artístico da Nome Próprio – Associação Cultural.

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