Pedro e os Lobos: ‘Componho para vozes que admiro’

por Carla Sancho,    14 Dezembro, 2016
Pedro e os Lobos: ‘Componho para vozes que admiro’
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Pedro e os Lobos acaba de lançar o seu segundo álbum, O Chão que Pisamos. Pedro Galhoz, compositor e guitarrista, com um percurso na música de mais de vinte anos (Lovedstone e Plástica), lançou-se neste projecto de “compor músicas para vozes que admira” e já conta com dois trabalhos editados. Estivemos à conversa com o Pedro, na semana do concerto de apresentação do álbum no MusicBox, em Lisboa.

Há um ano atrás estavas a terminar a digressão do primeiro álbum Um Mundo Quase Perfeito. Neste momento já estás em digressão do segundo, Este Chão que Pisamos. Que diferenças sentes entre os dois trabalhos?

Sinto que passado dois anos cresci enquanto compositor.
Embora este novo disco seja um disco que sublinha uma certa continuidade na definição do som do projeto Pedro e os Lobos, é igualmente um disco que reflete a experiencia dos concertos e que resulta muito bem ao vivo.

Compões para vozes bonitas. Este CD tem 6 vozes no total dos 7 temas. Sónia Oliveira, Marisa Anunciação, Viviane e Joana Machado nas femininas e Jorge Benvinda e Adolfo Luxuria Canibal nas masculinas. Diria que, as femininas apresentam o mesmo registo vocal, as masculinas são totalmente diferentes. Como foi esta escolha?

O exercício de composição para mim só faz sentido sendo um exercício de liberdade, cada canção chama por um cantor e eu convido os cantores a fazerem parte da alcateia.

De Um Mundo quase perfeito para Este chão que pisamos. De uma esperança encantada, para uma esperança realista?

“Um mundo quase perfeito“ não tem nada de perfeito, é um titulo revestido de ironia, foi a forma que encontrei para dizer que caminhamos a passos largos para o fim, mas que depende de cada um de nós mudar o mundo para melhor.
“Este chão que pisamos” tem a ver com a caminhada que é a vida e a noção que estamos todos juntos nessa caminhada e que é urgente voltarmos a ser humanos.

O tema instrumental “Andaluzia” integra a banda sonora da curta de Frederico Ferreira, Luto Branco. Qual é a tua relação com as bandas sonoras, está nos teus planos uma dedicação mais exclusiva a estas composições?

O convite partiu do Frederico, o que me deixou muito contente.
Sempre adorei bandas sonoras, tento que cada uma das minhas canções encaixe na banda sonora da vida de alguém.
Sou fã do Ennio Morricone, do Angelo Badalamenti entre outros e adorava ser convidado para trabalhar mais em música para cinema.

A alcateia foi aumentando, no início de Pedro e os Lobos estavas apenas com a Marisa Anunciação (voz), mas neste álbum são entre 3 a 5 em palco. João Novais (Melech Mechaya ) no Contrabaixo, Guilherme Pimenta (A Jigsaw) na bateria. Como é tocar novamente com banda?

Sinceramente prefiro tocar com banda, penso que só assim a música ganha a dimensão que pretendo, no entanto pontualmente também gosto de tocar apenas de guitarra e voz em formato mais intimista, depende de cada situação e do enquadramento de cada concerto, mas o objectivo será tornar o concerto mais elaborado com mais elementos que surpreendam.

Desde Outubro que tens andado na estrada, como tem sido a receptividade do público ao novo trabalho?

Sinto sobretudo que somos uma agradável surpresa, ainda não somos uma banda consagrada, no entanto cada amigo tem trazido novos amigos e os concertos têm cada vez mais gente e todo o Universo de Pedro e os lobos tem vindo a crescer.

Lembro-me de teres tocado no MusicBox, na primeira parte da musa do David Linch, Christa Bell. Que balanço fazes dessa altura em que estavas a arrancar com este projecto e agora, com o teu segundo álbum de originais nesta mesma sala?

São contextos diferentes, tocámos apenas em Duo e agora tocamos com banda e com alguns convidados especiais, sinto-me mais confortável assim e sinto que para quem nos vê compreende melhor o som da banda.

Onde poderemos ver o Pedro e os Lobos?

Fechamos o ano dia 16 em Castro Verde e 17 em Faro com a Viviane como convidada especial.
Em 2017 prometemos tocar em Almada já no inicio do ano, Casa das Artes de Famalicão, Teatro de Stephens na Marinha Grande, Casa das Artes de Miranda do Corvo, Teatro Clube de Alpedrinha entre outros…. É na estrada que gosto de estar.

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