Plataforma Já Marchavas
Foi há cerca de um ano que a ideia das portas de um cinema por longo tempo encerrado se abriram e por elas entraram pessoas e ideias que trouxeram uma nova aragem à cidade de Viseu.
Foi espontânea, a criação da Plataforma e o local da sua gestação está bem assinalado. O Cinema Ícaro, aberto para o DESOBEDOC 2018, mostra de cinema insubmisso, foi esse lugar que abrigou o sonho que depressa passou a projecto, até se materializar seis meses depois.
A ideia surgiu de um debate que sucedeu ao filme “RIP 2 MY YOUTH” de João Figueiredo, João Pico e Elizabeth Vieira. Esta troca de ideias, que contou com a presença das associações Catarse (Vila Real), LGBTI Viseu, Olho Vivo Viseu, UMAR Viseu, Movimento LGBTQ+ Bragança, e outras organizações encarou com seriedade o desafio de organizar a primeira marcha pelos direitos LGBTI.
A preparação de um tal evento, inédito em Viseu, implicou reuniões semanais abertas a que se foram juntando pessoas e associações até ao clímax que foi a primeira marcha LGBTI na cidade, ocorrida no dia 7 de outubro, contando com mais de mil participantes, número surpreendente para uma cidade do interior.
Este primeiro sucesso serviu como catalizador para novas iniciativas, todas elas sob o signo da inclusão e do necessário combate a todas as formas de violência, discriminação e intolerância.
Assim, sucederam-se ao longo de 6 meses, mais quatro iniciativas, mantendo-se a abertura a quem desejasse ajudar a organizar, através de reuniões semanais amplamente participadas.
Ainda em outubro, no dia 25, na sequência dos eventos no Brasil, a Plataforma organizou uma vigília pela democracia e contra o ódio . Um mês depois, a 28 de Novembro, já se marcava presença, de novo, desta vez para recordar as mulheres vítimas de violência doméstica e protestar contra esta trágica e recorrente realidade. Esta iniciativa foi enquadrada no evento internacional da eliminação da de todas as formas de violência contra as mulheres.
Já em 2019, duas iniciativas da Plataforma deram continuidade ao ativismo social. A primeira, a 1 de Março, para protestar contra uma sentença injusta também num caso de violência doméstica e uma semana depois, para apoiar e reforçar a greve feminista internacional, coordenada, a nível nacional pela rede 8 de Março.
A Plataforma já marchavas prosseguirá em breve com outras iniciativas, estando na sua agenda também as questões ambientais e, ligada a esta problemática, os direitos dos animais.
Os membros desta Plataforma mostram vontade de prosseguir nesta senda que visa tornar a nossa cidade mais aberta a todas as grandes questões civilizacionais que se colocam com premência, em busca de um futuro harmonioso para todas as pessoas, independentemente do seu género, orientação sexual, etnia, religião e convicções ideológicas dentro do vasto espectro democrático.