“Pobres Criaturas” de Yorgos Lanthimos abre 17.º festival de cinema LEFFEST em Lisboa

por Lusa,    13 Outubro, 2023
“Pobres Criaturas” de Yorgos Lanthimos abre 17.º festival de cinema LEFFEST em Lisboa
“Pobres Criaturas” de Yorgos Lanthimos

O festival de cinema LEFFEST, que este ano acontece pela primeira vez só em Lisboa, vai abrir com o filme “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos, homenagear Clint Eastwood e debater a relação da Inteligência Artificial com a criação.
A 17.ª edição do LEFFEST – Lisboa Film Festival, hoje anunciada em conferência de imprensa, vai acontecer de 10 a 19 de novembro, em seis espaços de Lisboa, entre os quais o Cinema Nimas, o Teatro Tivoli, o Cineteatro Turim e a Academia das Ciências.

Da programação anunciada hoje pelo diretor do festival, Paulo Branco, destacam-se vários filmes que passaram pelos principais festivais europeus de cinema, alguns dos quais premiados.

Além de “Pobres criaturas”, Leão de Ouro no Festival de Veneza, destacam-se na seleção oficial “The green border”, da realizadora polaca Agnieszka Holland, “O corno do centeio”, produção luso-espanhola de Jaione Camborda premiada em San Sebastian, “Priscilla”, de Sofia Coppola, e “Evil does not exist”, de Ryûsuke Hamaguchi.

Entre os convidados anunciados para a 17.ª edição estão os cineastas Victor Erice, Ryûsuke Hamaguchi, Leos Carax, Nuri Bilge Ceylan – de quem será mostrada uma retrospetiva -, Cédric Kahn e Jaione Camborda.

Destaque ainda para o realizador português Pedro Costa, com uma programação intitulada “Os quartos do cineasta Pedro Costa”, que inclui a apresentação de um livro do filósofo e ensaísta Jacques Rancière sobre o cineasta, e a exibição da curta-metragem “As filhas do fogo”.

A edição de “Pedro Costa — Os Quartos do Cineasta”, do filósofo francês, foi anunciada para o último trimestre do ano, pela editora Relógio d’Água.

O júri, presidido pelo realizador Elia Suleiman, inclui a atriz e realizadora Fanny Ardant, o realizador e fotógrafo Khalik Allah, o escritor Giorgi Gospodinov, o músico e compositor Nitin Sawhney, a escritora Rachel Kushner e a artista plástica Adriana Molder.

Há ainda a sublinhar o acolhimento da exposição “Éloge de L’Image – Le livre d’image”, que, segundo Paulo Branco, o cineasta suíço Jean-Luc Godard estava a preparar antes de morrer, em setembro de 2022.

A exposição, com instalações, objetos, textos e vídeo, tem curadoria de Fabrice Aragno e ocupará cinco salas do Palácio Sinel de Cordes, sede da Trienal de Arquitetura.

Este festival de cinema aconteceu pela primeira vez em 2007 e chegou a envolver os municípios de Cascais e Sintra.
No final da conferência de imprensa, Paulo Branco contou à agência Lusa que a produção do LEFFEST apenas em Lisboa representa uma “evolução natural” e segue uma lógica de “tentar fazer um festival numa grande cidade como Lisboa e tentar que corresponda ao que a cidade precisa de relação da cultura com os espectadores”.


“Só tenho a agradecer às outras câmaras que me apoiaram nestes anos, sem elas o festival não teria existido, mas tendo havido esta abertura da câmara de Lisboa de o transformar num festival-bandeira da cidade, eu aceitei”, disse.

As sessões de cinema irão repartir-se entre o Nimas, o Turim e o Teatro Tivoli, para uma assistência que variará entre os 1.200 e os 90 lugares, contando com a Academia de Ciências, que acolherá o debate sobre Inteligência Artificial, e o palácio da Trienal de Arquitetura.

Haverá ainda uma exposição do fotógrafo Khalik Allah na Galeria Imago Lisboa e, já fora de Lisboa, a apresentação da peça “O dever de deslumbar”, sobre Natália Correia, com encenação da realizadora Ana Rocha de Sousa, no Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas.

A programação proposta inclui ainda os filmes portugueses “Ubu”, de Paulo Abreu, e “Diálogos depois do fim”, de Tiago Guedes, assim como quatro obras da realizadora Justine Triet, e as mais recentes produções, em antestreia nacional, de Todd Haynes (“May December”), Richard Linklater (“Hit Man”) e Ken Loach (“The Old Oak”).

“Eu tento que este espectáculo não escolha o espectador. Os espectadores é que têm de escolher os espectáculos que querem ver. A nossa batalha desde sempre é sobretudo não ceder à vulgaridade e mediocridade e [que, com] tudo o que propomos, nos possamos orgulhar disso. É mostrar o que de mais importante se fez no panorama cinematográfico este ano”, explicou Paulo Branco.

Na apresentação à imprensa, o presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse que este festival é “uma interseção entre culturas”, do cinema, com a ciência, a arquitetura, a música e os debates.

Gostas do trabalho da Comunidade Cultura e Arte?

Podes apoiar a partir de 1€ por mês.