Porto/Post/Doc regressa de 22 a 30 de novembro com foco na obra da realizadora georgiana Salomé Jashi

por Comunidade Cultura e Arte,    4 Setembro, 2024
Porto/Post/Doc regressa de 22 a 30 de novembro com foco na obra da realizadora georgiana Salomé Jashi
“Taming the Garden” (2021), filme de Salomé Jashi

Salomé Jashi nasceu em Tbilisi, na Geórgia, em 1981. Começou por estudar jornalismo e trabalhou como repórter durante vários anos. Em 2005, recebeu uma bolsa do British Council para estudar cinema documental na Royal Holloway, Universidade de Londres. Jashi é fundadora de duas empresas de produção: Sakdoc Film e Microcosmos, ambas produzindo documentários e ficção de elevada qualidade artística. Atenta aos efeitos das alterações sociais, sorvendo um pouco a surrealidade do mundo em que vivemos, foi mapeando com o seu cinema a situação política da Geórgia. No âmbito da sua 11ª edição, o Porto/Post/Doc dedica um foco à sua obra, integrando cinco curtas e três longas metragens. 

The Dazzling Light of Sunset [2016] recebeu o Prémio Principal na Competição Regard Neuf do Visions du Réel. Bakhmaro [2011] recebeu uma Menção Honrosa para um Jovem Talento Documental no DOK Leipzig, foi premiado como o Melhor Documentário da Europa Central e Oriental no Jihlava IDFF e foi nomeado para os Asia Pacific Screen Awards e Silver Eye Awards. 

“Bakhmaro” (2011), filme de Salomé Jashi

Taming the Garden [2021], a sua segunda longa-metragem, estreou na Competição Mundial do Festival de Sundance e na secção Forum da Berlinale e foi nomeado para os Prémios Europeus de Cinema. O filme foi aclamado por audiências e críticos um pouco por todo o mundo, catapultando Jashi para o palco das grandes cineastas contemporâneas. Taming the Garden é um filme especialmente emblemático. Percorre a viagem épica de árvores centenárias em ferrys pelo mar negro. É uma ode ao conflito entre o ser humano e a natureza, através da história de como Bidzina Ivanishvili – um homem poderoso, com a mania das grandezas e ex-primeiro ministro – tenta dominar a natureza, transplantando estas árvores imensas para o seu jardim privado. Através desta poderosa metáfora, do desenraizamento, Jashi reflete sobre o tema da migração forçada, sobre as falsas hierarquias humanas que ainda se tentam impor à ordem natural das coisas e sobre a Geórgia, o país frágil que tão facilmente sucumbe à tal ‘mania das grandezas’.

O Porto/Post/Doc regressa ao Porto entre 22 e 30 de novembro, tendo como salas o Batalha Centro de Cinema, o Passos Manuel e o Planetário do Porto. As atividades do festival ocuparão ainda outros espaços da cidade, compreendendo festas e concertos, ações para a indústria do cinema, conversas e masterclasses. 

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