Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura 2022 atribuído ao produtor de cinema Paulo Branco
Paulo Branco, produtor português de cinema, é a personalidade distinguida com o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura 2022, na sequência de decisão do júri, que reuniu hoje no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
A decisão, tomada por maioria, “agracia o seu perfil independente no cinema autoral, na produção e coprodução, abrindo ao longo da sua carreira, novos percursos e olhares, construindo pontes entre a península ibérica e o resto do mundo”. Segundo a fundamentação inscrita em ata, “o júri salientou o empenho nas suas sempre novas visões e variadas expressões cinematográficas, bem como o dedicado compromisso que manteve ao longo da sua carreira, nos vários campos do cinema, meio que incorpora a literatura, a música, as artes plásticas e a pintura, dentro dos seus mais de 300 filmes produzidos. E conclui: “O trabalho de Paulo Branco trouxe uma imensa riqueza no alargamento dos horizontes estéticos do cinema mundial”.
O Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, de caráter bienal, tem o valor pecuniário de 75.000 euros. Foi criado em 2006 com o propósito de consagrar “um autor, pensador, criador ou intérprete vivo, ou ainda uma pessoa coletiva sem fins lucrativos que, por intermédio da sua ação na área das artes e cultura, tenha contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação ou do pensamento”, pode ler-se num comunicado do gabinete do Ministério da Cultura.
Paulo Branco é produtor de cinema desde 1979, produziu até à data mais de trezentos filmes, entre os quais figuram realizadores portugueses como Manoel de Oliveira, João César Monteiro, João Canijo, João Botelho, Teresa Villaverde ou Pedro Costa, e estrangeiros, como Wim Wenders, David Cronenberg, Alain Tanner, Werner Schroeter, Raúl Ruiz, Chantal Akerman, Valeria BruniTedeschi, André Techiné, Christophe Honoré, Danièle Dubroux, Christine Laurent, Jerzy Skolimowski, Sharunas Bartas, Paul Auster, entre outros.
Em Portugal tornou-se o segundo maior exibidor e distribuidor cinematográfico com a Medeia Filmes e a Leopardo Filmes. Defensor do cinema europeu, estreou mais de cinquenta filmes portugueses nas últimas décadas. Tem sido presença assídua nos mais importantes festivais a nível mundial, como o Festival de Cannes, Festival de Veneza, Festival de Locarno Festival de Berlim, New York Film Festival, Festival de Toronto, Festival de Tóquio ou a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Sobre júri
Nos termos do regulamento, a reunião do júri e a cerimónia de entrega do Prémio decorrem alternadamente em Portugal e Espanha. O júri é composto por seis elementos, três de nacionalidade portuguesa e três de nacionalidade espanhola, designados pelos ministérios da Cultura de ambos os países. Nesta 8ª edição, a sua composição foi a seguinte:
Portugal
· Leonor Silveira, atriz;
· João Carrilho da Graça, arquiteto;
· Pedro Serra, professor universitário na Universidade de Salamanca.
Espanha
· Adriana Moscoso, diretora-geral de Indústrias Culturais e Propriedade Intelectual (que presidiu ao júri);
· Ângeles González-Sinde, presidente do Real Patronato do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia;
· Luís Garcia Montero, diretor do Instituto Cervantes.
Premiados em anteriores edições:
· 2006 José Bento (poeta e tradutor), Portugal.
· 2008 Perfecto Cuadrado (professor e escritor), Espanha.
· 2010 Álvaro Siza Vieira (arquiteto), Portugal.
· 2012 Carlos Saura (cineasta), Espanha.
· 2014 Lídia Jorge (escritora), Portugal.
· 2016 Pilar del Rio (escritora), Espanha.
· 2018 Mariza (fadista), Portugal.
Em 2020 os dois países acordaram não atribuir o Prémio, devido ao contexto de pandemia.