Prémios do Sindicato dos Realizadores consagram Christopher Nolan por “Oppenheimer”
A 76.ª edição dos Prémios do Sindicato dos Realizadores, Directors Guild of America Awards, consagrou esta madrugada o realizador Christopher Nolan por “Oppenheimer”, cimentando o seu favoritismo aos Óscares.
Nolan recebeu o prémio de realização para cinema, “Outstanding Directorial Achievement in Theatrical Feature Film” na designação em inglês, batendo assim Greta Gerwig (“Barbie”), Martin Scorsese (“Assassinos da Lua das Flores”), Yorgos Lanthimos (“Pobres Criaturas) e Alexander Payne (“Os Excluídos”).
“É uma honra tão grande ser nomeado em tão boa companhia”, disse Christopher Nolan no discurso de aceitação. “Os DGA Awards são muito especiais”, continuou, sublinhando que “ninguém sobe a este palco sozinho”.
Nolan recebeu o prémio das mãos do ator Cillian Murphy, o protagonista de “Oppenheimer”, e disse que ele era o melhor ator da sua geração.
“Nunca me senti tão apoiado numa tarefa tão desafiante”, salientou ainda o realizador, agradecendo à Universal Pictures por ter acreditado no potencial do filme.
Os DGA Awards são dos melhores indicadores da temporada para sinalizar quem tem maiores hipóteses de vencer o Óscar de Melhor Realizador. Este ano, a Academia viu-se debaixo de fogo por não ter nomeado Greta Gerwig para Melhor Realização por “Barbie”, um dos candidatos a Melhor Filme. Christopher Nolan já tinha vencido estatuetas nos Critics Choice Awards e nos Globos de Ouro.
Na nova categoria da DGA para melhor realização na primeira longa-metragem, foi Celine Song quem venceu por “Vidas Passadas”. Mstyslav Chernov foi distinguido com o prémio de realização de um documentário, por “20 Dias em Mariupol”, e fez um discurso muito emocionado.
“Quero agradecer à DGA por este reconhecimento, embora infelizmente não consiga parar as balas com isto, ou proteger uma criança”, disse Chernov, revelando que a sua cidade foi bombardeada este sábado e várias pessoas morreram.
“Ao mesmo tempo que reconheço o poder do cinema, estando aqui a olhar para vocês”, quando “aquelas crianças e aquelas pessoas fogem das bombas e se escondem em caves, o cinema não marca apenas as histórias para as próximas gerações, também nos ajuda a lidar com um mundo insuportável e injusto”, disse.
Numa cerimónia apresentada pela quinta vez pelo realizador Judd Apatow, no hotel Beverly Hilton em Beverly Hills, o sindicato entregou ainda vários prémios de televisão.
Peter Hoar levou a estatueta pelo episódio “Long, Long Time” da série da HBO “The Last of Us”, enquanto Christopher Storer venceu pela realização do episódio “Fishes” da série FX “The Bear”. Sarah Adina Smith foi distinguida pelo episódio “Her and Him” de “Lições de Química”, da Apple TV+.
A cerimónia começou com palavras da presidente da DGA, Lesli Linka Glatter, que reconheceu o período difícil que se viveu na indústria, falando de uma “luta coletiva” pelo que todos os que estão envolvidos no entretenimento merecem.
“Estamos gratos por estar de volta ao trabalho que adoramos com novas proteções excecionais criativas e económicas para os membros da DGA e muitos outros”, disse Glatter. “Os nossos sindicatos irmãos, WGA e SAG-Aftra, tiveram lutas difíceis e conseguiram contratos fortes para os seus membros”, acrescentou.
No discurso de abertura, Apatow fez referência às longas greves dos sindicatos dos argumentistas (WGA) e atores (SAG-Aftra) no verão do ano passado, que prolongaram um braço de ferro com os estúdios que não se verificou com os realizadores.
“Toda a gente achou que não íamos ter filmes e séries suficientes para ter uma boa temporada de prémios. E vejam o que aconteceu”, disse Apatow, referindo os sucessos “Barbie”, “Oppenheimer” e outros blockbusters de 2023.
“O que é que aprendemos com as greves? Duas coisas. Que a Fran Drescher é a voz da razão e infelizmente é a isso que a razão soa”, gracejou Apatow, referindo a presidente do sindicato dos atores cujo tom de voz é caracteristicamente agudo.
“Dois, aprendemos que as audiências adoram ver séries antigas que tiveram muitas temporadas”, continuou, referindo que “Suits”, uma série de 2011, foi a mais vista do ano passado.
As próximas cerimónias de prémios são as do sindicato dos atores, Screen Actors Guild Awards, em 24 de fevereiro, seguindo-se os prémios do sindicato dos produtores, Producers Guild of America Awards, em 25 de fevereiro. Os PGA Awards são habitualmente considerados os melhores indicadores de quem ganhará o Óscar de Melhor Filme.