Quantos públicos cabem no Teatrão? 

por Conteúdo Patrocinado,    28 Maio, 2025
Quantos públicos cabem no Teatrão? 
Fotografia de Carlos Gomes

A diversidade de públicos que encontramos quando vamos à Oficina Municipal do Teatro (OMT) é o resultado de um conjunto de estratégias da companhia conimbricense para mobilizar quem habitualmente fica de fora das plateias ou dos palcos dos teatros do país. A montante das quatro áreas – criação própria, programação externa, projeto pedagógico e atividades de mediação de públicos – que sustentam o projeto que o Teatrão dinamiza, a inscrição deste no território é um dos grandes princípios orientadores da produção da companhia. 

Desde 1994, aproximar a arte teatral das comunidades e dos territórios, promovendo a igualdade de acesso por todos os públicos às atividades, é a principal missão do Teatrão. A força motriz e singularidade da companhia e do espaço que programa assenta na forma como a criação artística procura dialogar em proximidade com as comunidades, onde a OMT é cultivada como lugar realmente participativo. 

Um exemplo deste vetor de ação arranca a 31 de maio – dia em que a OMT abre portas para o início do Aluvião. Ao longo de seis dias de programação, o festival que dá palco ao associativismo cultural não-profissional da região de Coimbra é o mote para trazer espetáculos produzidos por associações oriundas dos municípios de Alvaiázere, Cantanhede, Coimbra, da Lousã e da Mealhada a este teatro municipal localizado no sul da cidade, perto da Ponte Rainha Santa Isabel. Além das apresentações na OMT, o Aluvião vai também incluir um programa de formação ao longo do ano em diferentes áreas do trabalho artístico amador. 

Ao longo de junho e julho, e embora tal aconteça de diferentes formas, o foco vai continuar a ser o trabalho com a comunidade. Logo a seguir ao Aluvião, que termina a 8 de junho, tem início o Manobras de Cena. O programa de apresentações finais das doze Classes de Teatro do Teatrão estende-se até 20 de julho e este ano faz-se em articulação com o Curso Livre Cenografia, que mobiliza, desde o início do ano, formandos de vários pontos do país. 

No dia 21 de junho, o Condomínio Vale das Flores – projeto de mediação de públicos vizinhos da OMT – promove as Fogueiras de São João: Associação de Moradores do Bairro de São José, Associação de Moradores do Bairro da Quinta da Nora, Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da Escola Básica e Secundária (EBS) Quinta das Flores, APEE do Centro Escolar (CE) Quinta das Flores, APEE da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra (EACMC), APEE do CE Centro Norton de Matos, Itecons, EACMC, EBS da Quinta das Flores, Corpo de Bombeiros Sapadores de Coimbra, CoimbraShopping, IteCons e Unidade de Saúde Familiar Norton de Matos – Unidade de Cuidados na Comunidade dão sentido à ideia de comunidade participativa, procurando afirmar o sentimento de pertença a esta zona da cidade. 

Por fim, de 25 a 27 julho, estreia “Almalaguês”. Depois de espetáculos recentes como “De Portas Abertas” ou “Com que Linhas te Cruzas? Parte 1: À Espera”, esta é a nova criação do Teatrão com a comunidade e que tem levado a companhia a conhecer profundamente a freguesia de Almalaguês. Como muitos sítios no nosso país, é uma região que procura novos caminhos num mundo que cada vez mais se concentra em grandes centros urbanos e que, neste processo, deixa os meios rurais – muitos deles repletos de história e cultura, como é o caso de Almalaguês – num processo de abandono que se tem vindo a acentuar. A direção do espetáculo está a cargo da coreógrafa Aldara Bizarro que já trabalhou com a comunidade local em duas residências artísticas. 

São meses de intenso trabalho e com muita oferta cultural. Uma coisa é certa: no Teatrão, não há público que não caiba. 

Conteúdo patrocinado por Teatrão.

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