Reflexões sobre racismo e opções políticas na criação musical na programação de setembro do Teatro Viriato em Viseu

por Comunidade Cultura e Arte,    24 Setembro, 2024
Reflexões sobre racismo e opções políticas na criação musical na programação de setembro do Teatro Viriato em Viseu
“Blackface” / Fotografia de Diana Tinoco
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No dia 27 de setembro, às 21h00, Marco Mendonça apresenta “Blackface” um espetáculo a solo, escrito e encenado pelo artista, uma conferência musical, entre o stand up e a fantasia, entre a sátira e o teatro físico, entre o burlesco e o documental. Partindo de experiências pessoais e da história do blackface como prática teatral racista — desde as suas raízes nos EUA aos casos portugueses —, Marco Mendonça procura os limites do que pode, ou não, ser representado num palco. Considerando a extensa biblioteca de eventos em que esta prática racista foi usada para retratar pessoas negras como membros inferiores da sociedade portuguesa, será possível achar que não existe racismo em Portugal? 

“Alega-se que a linguagem do “politicamente correto” só contribui para o fim da liberdade de expressão, deixando assim pouca margem de manobra criativa a artistas que, no fim de contas, só querem fazer o seu trabalho. No espetáculo “Blackface”, argumentarei que o racismo não é trabalho, embora sociedades inteiras continuem a lucrar a seu custo”, explica Marco Mendonça. 

O espetáculo conta com coprodução do Teatro Viriato e destina-se a pessoas maiores de 14 anos.  

“Onde está o Zeca” / Fotografia de Abel Andrade

Na área da música, o Teatro Viriato exibe no dia 28 de setembro, às 17h00, o documentário “Onde está o Zeca?”, de Tiago Pereira, coprodução do Festival Política e d’A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria (MPAGDP).  

O documentário resulta de um convite feito a Tiago Pereira pelo Festival Política e procura refletir sobre opções políticas na criação musical. Quem faz música e canções além de autor tem o seu contexto, o seu percurso, as suas origens e as suas ideias. “Onde está o Zeca?” procura escutar esses autores e autoras e divulgar a sua voz fazendo uma análise coletiva.  

O realizador registou conversas e atuações de coletivos e artistas musicais como Criatura & Coro dos Anjos, Gil Dionísio, Vitor Belanciano, Grupo Coral da Casa do Povo de Requengos, Pedro Mestre, Sílvio Rosado, B Fachada, Garota Não, Fala Povo Fala, Tio Rex, Pedro Silva Martins, Capicua, Mãe Bruxa, Francisco Fanhais, Rita Dias, Coro da Cura, Coro Aphros, Cantares de Alcáçovas, Selma Uamusse, Nástio Mosquito, Karla da Silva, Pierre Aderne, Luca Argel, Joana Negrão, Marta Miranda, Liliana Abreu, Sara Yasmine, Daguida, Riça, Edgar Valente e Sampladélicos. 

A exibição do documentário será complementada com uma conversa com a presença do realizador e de Bárbara Rosa, do Festival Política.  

Os bilhetes para ambas as sugestões culturais já se encontram à venda na bilheteira e no site do Teatro Viriato e na BOL. 

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