RTP estreia este mês o último projeto televisivo do realizador António-Pedro Vasconcelos
O último projeto televisivo do realizador António-Pedro Vasconcelos, a série “Conspiração”, vai estrear-se este mês na RTP, mas terá uma antestreia na sexta-feira, em Lisboa, com a presença de militares de Abril, revelou a televisão pública.
“Conspiração” é uma série documental produzida pela Thrust Media com a RTP, pensada e realizada por António-Pedro Vasconcelos e que foi já finalizada depois da sua morte, em março passado, explicou à Lusa fonte da RTP.
De acordo com a estação pública, a série tem nove episódios e debruça-se sobre “tudo o que esteve por trás da ‘Revolução dos Cravos’, contando com testemunhos de protagonistas que prepararam a revolta militar”.
“Conspiração”, que será apresentada em antestreia na sexta-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, é um dos projetos da RTP para assinalar os 50 anos do 25 de abril de 1974.
Quando António-Pedro Vasconcelos morreu, a 06 de março, o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, afirmou que o cineasta deixava por cumprir “o seu maior projeto”.
“Terminar essa obra constituirá certamente uma grande homenagem que o António-Pedro bem merece”, afirmou Vasco Lourenço na altura, numa nota de pesar pela morte do realizador.
Referindo-se a António-Pedro Vasconcelos como um “civil de Abril”, a Associação 25 de Abril também lembrou que o realizador fez a série “A Voz e Os Ouvidos do MFA”, “a obra que lhe abriu as portas ao conhecimento e paixão sobre ‘como se chegou ao 25 de Abril de 1974’”.
“Conspiração” é um dos últimos projetos de António-Pedro Vasconcelos, a par da adaptação para cinema de “O Lavagante”, uma obra inacabada do escritor José Cardoso Pires.
Em março, o produtor Paulo Branco revelou que iria concluir o projeto do filme, remetendo para mais tarde o anúncio de quem o realizará.
Em 2022, numa entrevista à agência Lusa, António-Pedro Vasconcelos disse que “O Lavagante” era um filme que lhe interessava fazer “porque tem um grande conflito e ajuda os mais jovens a perceberem o que foi o fascismo”.
“É um filme de certa maneira mais duro sobre o que foi a ditadura. Peguei no conto, a família do Cardoso Pires aceitou que fizesse a adaptação”, explicou António-Pedro Vasconcelos.