RTP2 exibe documentário sobre Marguerite Duras e ilusão e os horrores da colonização

“Uma Barragem Contra o Pacífico” de Marguerite Duras, publicado em 1950, não recebeu nesse ano o prestigiado Prémio de Goncourt de Literatura Francesa por ser considerado marxista, subversivo e não patriótico. Como é que, numa altura em que a França sofria as primeiras derrotas militares na Indochina, poderiam recompensar alguém por escrever uma história de desilusão colonial? Brancos miseráveis, administração corrupta, trabalho forçado, prostituição… o livro parecia uma acusação feroz, longe do idílico postal colonial. Mais de 70 anos após a sua publicação, esta obra-prima da literatura, que foi uma das primeiras a denunciar os horrores da colonização, continua a ressoar no debate pós-colonial.
Através da representação dos corpos que a escritora traça no seu livro, arquivos e filmagens atuais, entrevistas com antropólogos e especialistas em Marguerite Duras, o documentário de Nathalie Masduraud e Valérie Urrea revela, de uma forma sensível e sem precedentes, um Império Francês onde a raça e o género predeterminam o futuro.
“A Barreira: Marguerite Duras e a Ilusão Colonial”, realizado por Nathalie Masduraud e Valérie Urrea, será exibido a 11 de Junho, pelas 23h55, na RTP2. O filme ficará depois disponível na RTP Play.