RTP2 exibe “O Cerco”. Filme de António da Cunha Telles é um olhar sobre a sociedade nos anos 70
António da Cunha Telles, nome maior do Cinema Novo português, faleceu no passado mês de novembro aos 87 anos. “O Cerco” é um olhar sobre a sociedade dos anos 70.
Lisboa, 1969. Marta (Maria Cabral), uma bela jovem da burguesia, procura uma nova vida longe do casamento e do seu petulante marido (Mário Jacques). Trabalha como hospedeira de terra numa companhia de aviação e como modelo numa agência publicitária. A situação financeira complica-se e Marta envolve-se numa teia de situações duvidosas. Conhece Victor Lopes (Miguel Franco), um contrabandista a quem a vida deixou de surpreender. Marta sente-se perdida nas suas próprias contradições e procura consolo em relações fugazes. Certo dia Victor aparece misteriosamente morto e o cerco começa a fechar-se à volta de Marta.
“O Cerco” (1970) é a primeira longa-metragem do cineasta e produtor António da Cunha Telles (Funchal, 1935), um dos nomes mais influentes da história do cinema português. O filme, que revelou a extraordinária fotogenia de Maria Cabral, foi um grande sucesso público, muito bem acolhido pela crítica internacional e selecionado para a Semana da Crítica do Festival de Cannes (1970). Com música do então jovem compositor António Victorino d’Almeida (Lisboa, 1940), o filme é uma das obras marcantes do Cinema Novo português. “O Cerco” capta na perfeição uma época de incerteza na sociedade portuguesa e procura representar o desejo de liberdade que se sentia e a mudança que se começava a perceber.
“O Cerco” será exibido a 24 de Dezembro, pelas 23h35, RTP2.