Rui Paixão estreia em Águeda eco-ficção “Furo Lento” em formato híbrido de circo e teatro físico

por Lusa,    13 Novembro, 2024
Rui Paixão estreia em Águeda eco-ficção “Furo Lento” em formato híbrido de circo e teatro físico
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O criador Rui Paixão estreia em Águeda, no antigo Instituto da Vinha e do Vinho, o novo espetáculo “Furo Lento” nos dias 22 e 23, uma “eco ficção” em formato híbrido de circo e teatro físico.

Natural de Santa Maria da Feira, Rui Paixão integrou o elenco da companhia Cirque du Soleil e tem desenvolvido um trabalho de investigação e experimentação de novas possibilidades para a linguagem do teatro físico e do novo circo.

Na nova proposta artística, Rui Paixão usa o teatro físico e o circo para criar uma performance “sobre a futura inabitabilidade do planeta, a ideia obscena de colonização espacial e o impacto humano devastador sobre a natureza”.

“’Furo Lento’ é um Western distópico que sugere um olhar não otimista do futuro”, diz o artista, explicando com o seu percurso a combinação das artes circenses e do teatro.

“Eu comecei no teatro e nas artes de rua e depois comecei a misturar-me com o circo e agora tento criar espetáculos que são um híbrido entre aquilo que é o teatro físico, em que não há texto, mas sim linguagem física, muito mais próxima da dança, e o circo contemporâneo”, disse à Lusa.

Rui Paixão procura no seu trabalho “encontrar um circo mais alternativo, que não é reconhecível através dos aparelhos mais comuns, como trapézio ou as bolas”.
“O circo tem de começar a falar e a ter uma voz ativa, tal como tem, por exemplo, o teatro ou a dança, para tentar entrar noutros circuitos e se expandir”, afirma.

Regressando ao seu novo espetáculo, Rui Paixão sustenta a decisão de usar um discurso mais ecológico: “o tema que existe hoje em dia da aproximação do fim do mundo já existe há bastante tempo, pela religião e não só, provocando o medo, mas agora parece-me ser uma coisa mais real”.

“É bem possível que o mundo acabe, mas há uma desconfiança da população em relação à ciência, talvez como aconteceu com o covid e o espetáculo também fala disso, sobre de onde é que pode vir essa desconfiança sobre a ciência e de que forma é que o discurso do fim do mundo Pode também nos afastar da demanda que deveria ser cuidar do planeta”, acrescentou.

Após a estreia em Águeda, “Furo Lento” vai ser apresentado em São João da Madeira, Viseu, Ovar, Seia, Mértola, Pombal e Caldas da Rainha.

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