Série “Destemidas” continua na RTP2 e na RTP Play, revela Teresa Paixão, directora do canal
A série “Destemidas” é uma produção francesa da France Télévision, apoiada pelo Programa de Media da União Europeia, e é uma adaptação para televisão do livro “Atrevidas”, da autoria da ilustrador e designer francesa Pénélope Bagieu.
A exibição do episódio dedicado à vida da activista feminista Thérèse Clerc da série infantil “Destemidas”, exibido no espaço Zig Zag, da RTP2, fez despontar várias queixas na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Em causa está o facto desse episódio abordar temas como o aborto, homossexualidade, feminismo, divórcio e religião. A ERC confirmou ao Correio da Manhã que recebeu queixas sobre a série e que as participações se “encontram em apreciação”.
Já Jorge Wemans, provedor do telespectador da RTP, esclareceu em comunicado que “a intenção do programa era a de tornar tranquila essa relação com o facto de muitos adolescentes se interrogarem sobre a sua identidade de género”, no entanto, assume também que “não se tenha munido do melhor percurso para lá chegar” e recomendou que o dito episódio fosse retirado da RTP Play e que futuras exibições da série fossem feitas em “horário mais apropriado para adolescentes”.
Agora, e através da conta oficial da RTP2 no Facebook, Teresa Paixão, Directora da RTP2, afirmou que “Sobre a série “Destemidas” cumpre-me informar que não foi suspensa nem da RTP2 — amanhã no seu horário normal, 11.30h, emitiremos o episódio dedicado a Hedy Lamarr — nem da RTP Play. O episódio sobre Thérèse Clerc foi temporariamente suspenso do espaço ZiG Zag porque reconhecemos que a linguagem utilizada no que diz respeito ao aborto não era a mais adequada para o público alvo (10-13 anos) e voltará assim que estiver refeita a dobragem. Os 30 episódios que compõem a série podem ser vistos integralmente, com a tradução aproximada ao texto original na RTP Play, incluindo o episódio que deu lugar a esta questão no espaço das séries da RTP2 .”, afirmou a directora.
A série “Destemidas” (que pode ser vista aqui) conta a “história de mulheres excepcionais, ousadas e decididas que fizeram o que quiseram e lutaram pelos seus sonhos. Mulheres de ideais, épocas, idades e mundos muito distintos, que foram capazes de ir para além das convenções e preconceitos sociais e triunfaram perante as adversidades.
Cientistas, actrizes ou activistas que desejaram ser independentes, viajar, ser úteis, estudar, trabalhar, chegar ao poder de um país, ou simplesmente salvar um farol”, pode ler-se na sinopse.