Sete filmes para ver no Festival Política, durante quatros dias e de forma gratuita
O Festival Política está de volta a Lisboa e a Braga, mais concretamente e respectivamente ao Cinema São Jorge e ao Centro de Juventude. O evento acontecerá de 21 a 24 de Abril e terá entrada gratuita.
O tema da edição deste ano é “Desinformação”, um elemento que causa, por exemplo, desconfiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo e o objectivo global do Festival Política é o de “convidar à discussão e consciencialização cívica, individual e colectiva, através de várias formas de expressão política e artística“, pode ler-se num comunicado do festival e onde é dito ainda que “este ano, com a guerra na Europa como pano de fundo, o tema central do Festival Política é a “Desinformação”, enquanto ameaça à democracia, factor de polarização, discriminação e marginalização de grupos populacionais, e elemento que mina a confiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo”, lê-se ainda no mesmo texto.
Para além de concertos, debates, performances e conversas, o Festival Política terá também cinema. O evento exibirá ao todo 24 filmes, entre curtas e longas-metragens, e todos os filmes, incluindo os falados em português, serão legendados em português. Destes 24 filmes damos destaque a 7 filmes:
“Quo Vadis, Aida?”, filme de Jasmila Zbanic
Bósnia, Julho de 1995. Aida Selmanagić (Jasna Djuricic) trabalha como tradutora para a ONU em Srebrenica. Quando uma unidade do Exército da República Sérvia ocupa a região, até aí considerada uma área de segurança sob a proteção das Nações Unidas, ela vê a própria família entre as milhares de pessoas que procuram proteção nos campos de refugiados. Como está presente em reuniões das equipas de manutenção de paz, Aida tem acesso a informações desanimadoras. Nomeado para o Óscar de melhor filme internacional.
Este filme será exibido em parceria com o Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa. Antes da sessão será feita a evocação do vencedor do Prémio Sakharov 2021: Alexei Navalny.
Sessão: Lisboa: 21 de abril, 21h30; Braga: 5 de maio, 21h30
“My heart is there, my body is here”, filme de Pedro Cruz e João Doce
Há histórias muito duras que não chegam à maioria das pessoas. Documentário sobre o passado, o presente e o futuro de pessoas com estatuto de refugiado, que procura amplificar a sua voz. Uma produção da Universidade de Coimbra, elaborada no seguimento do Projeto Teachmi.
Sessão: Lisboa: 22 de abril, às 18h30.
“A nossa bandeira jamais será vermelha”, filme de Pablo Lopez Guelli
A luta dos jornalistas independentes no Brasil para romper o embargo informativo imposto pelas seis famílias que dominam o sistema de informação do país. Ao examinar a influência da imprensa brasileira nos eventos sócio-políticos que ocorreram entre 2013 e 2019, o filme responde a uma pergunta que intriga o mundo todo: como é que Jair Bolsonaro se tornou presidente do sexto país mais populoso do mundo?
Sessão: Lisboa: 22 de abril, às 21h30; Braga: data a anunciar.
“A música invisível”, filme de Tiago Pereira
Os ciganos têm presença na Península Ibérica pelo menos há 500 anos, no entanto em Portugal a sua música foi sempre quase esquecida, pouco conhecida, pouco gravada. Hoje essa música distingue-se muito por rumbas e fados, mas também por muita música religiosa e algum rap. Existem também músicos que não sendo ciganos se apaixonam por esta música e a adoptam. Viajamos então pelo país para conhecer esta música invisível. Documentário coproduzido pelo Festival Política. Com tradução para Língua Gestual Portuguesa.
Sessão: Lisboa: 23 de abril, às 18h. Braga: 7 de maio, às 17h30.
“Alcindo”, filme de Miguel Dores
A 10 de Junho de 1995, sob o pretexto múltiplo de celebrar o Dia da Raça e a vitória para a Taça de Portugal do Sporting, um grupo de etno-nacionalistas portugueses sai às ruas do Bairro Alto para espancar pessoas negras que encontra pelo caminho. O resultado oficial foram 11 vítimas, uma delas mortal, cuja trágica morte na Rua Garret atribui o nome ao processo de tribunal – o caso Alcindo Monteiro.
Sessão: Lisboa: 23 de abril, às 17h. Braga: horário a anunciar em breve.
“Ava Kuña, Aty Kuña; mulher indígena, mulher política”, filme de Julia Zulian, Fabiane Medina, Guilherme Sai
Uma abordagem poética da resiliência política das mulheres indígenas brasileiras, retratando a Kuñangue Aty Guasu, a Grande Assembleia de Mulheres Guarani Kaiowá, povo indígena da região do Mato Grosso do Sul que há muito luta pelo direito ao seu território.
Sessão: Lisboa: 24 de abril, às 17h.
“Rua do Prior 41”, filme de Lorenzo d’Amico de Carvalho
Lisboa, 1974. Franco Lorenzoni, militante da Lotta Continua, o grupo italiano extraparlamentar mais importante dos anos 70, ocupa uma casa na Rua do Prior, nº 41. Durante os meses seguintes, essa casa acaba por se tornar na sede da Associação Revolucionária de Amizade Portugal-Itália, que traz centenas de jovens do mundo inteiro para verem o “país mais livre da Europa”. Uma viagem por um dos capítulos menos conhecidos da Revolução dos Cravos, para libertar sonhos, esperanças e deceções de uma geração de rapazes e raparigas que, por um curto e entusiasmante momento, acreditaram que conseguiriam mudar o mundo.
Sessão: Lisboa: 24 de abril, às 17h30.