Sobe sete degraus com José Duarte e contempla o Jazz a partir da Universidade de Aveiro
Entre no piso 1 da Biblioteca da Universidade de Aveiro (UA) e percorra sete etapas. O mesmo número proposto pelo músico Miles Davis em “Seven Steps to Heaven”. No caso da exposição que abre a 30 de abril, Dia Internacional do Jazz, marcando o início do Campus Jazz, no final não se chega ao céu (“heaven”) mas ao Centro de Estudos de Jazz (CEJ). Percebe-se como a vida do divulgador José Duarte se confunde com o Jazz e como a sua coleção doada à UA permitiu a criação do CEJ, agora alojado na Biblioteca.
Surge assim a designação da exposição que assinala a abertura do novo espaço do Centro de Estudos de Jazz (CEJ), no piso 1 da Biblioteca da UA, e simultaneamente marca o lançamento do Campus Jazz – Festival de Jazz da Universidade de Aveiro: “Seven Steps to… CEJ”. A exposição estruturada no percurso de vida de José Duarte e baseada na tese de doutoramento “É jazz quando me chegam lágrimas aos olhos: arquivos e coleções como estratégias de extensão identitária: o caso de José Duarte” pode ser visitada de 30 de abril e 11 de setembro. No dia da inauguração, o autor da tese, Hélder Bruno Martins, acompanha o próprio José Duarte na visita guiada à exposição, após o momento que marca a abertura do Campus Jazz – Festival de Jazz da Universidade de Aveiro, pelas 17h00, com intervenções do Reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, Susana Sardo, professora do Departamento de Comunicação e Arte e coordenadora do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança (INET-md) – polo da UA – e de Cristina Cortês, diretora da Biblioteca.
A tese defendida na UA por Hélder Bruno Martins, ele próprio músico, para além de investigador, é o primeiro trabalho académico centrado na coleção de José Duarte e no seu trabalho. “Trata-se de uma das maiores coleções do mundo, de iniciativa individual, sobre a temática do Jazz”, afirma o investigador.
Coleção de José Duarte lançou CEJ
“O novo espaço tem uma vantagem imediata: a possibilidade de a consulta e requisição de documentação poder ser feita no espaço da biblioteca e com o apoio dos Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia da UA”, explica Susana Sardo sobre as novas instalações do CEJ. “Com esta solução, as coleções ficam todas alojadas na própria biblioteca com a possibilidade, ainda, de haver um espaço de leitura, audição e consulta extremamente atrativo, com lugar para pequenos apontamentos musicais em momentos especiais, e com uma vista maravilhosa sobre as salinas”, convida ainda. Toda a componente de documentação, salvaguarda e manutenção estará a cargo dos Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia (SBIDM) e a componente de investigação estará a cargo do INET-md. “Creio que esta articulação oferecerá ao CEJ muito mais possibilidades de crescer e de se afirmar como um verdadeiro Centro de Estudos de matriz documental como acontece, de resto, com inúmeros centros de estudos de jazz que resultam de doações de acervos de músicos ou colecionadores”, considera a coordenadora do INET-md na UA. “A memória (passado) e a utopia (imaginação e desejo) de José Duarte ficarão preservadas e vivas no Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro CEJ-UA”, refere a última frase das conclusões da tese defendida por Hélder Bruno Martins. Entretanto, a esta coleção no CEJ vieram juntar-se as de Carlos Martins, de Alan Spennock e de outros colecionadores.
Campus Jazz – investigação, formação, dinamização cultural e exposição
O programa do Campus Jazz – Festival de Jazz da Universidade de Aveiro estende-se de 30 de abril a 11 de setembro e contará, na sua dimensão de divulgação e dinamização cultural, com concertos de reputados músicos nacionais e internacionais, masterclasses, apresentações de escolas oficiais de Jazz, debates, uma exposição e um concurso internacional. Mais informações sobre o programa do Campus Jazz aqui.
“O programa tem vindo a ser construído com muita dedicação por um grupo de trabalho exemplar liderado por João Martins (saxofonista de jazz e docente da UA), com o apoio inestimável de Margarida Almeida (SBDIM) e ainda com o profissionalismo do Miguel Figueiredo que fez da nova imagem do CEJ a sua tese de mestrado em design. É um salto em frente, uma janela de otimismo para que nos nossos campi o Jazz possa voltar a soar e os músicos e investigadores possam voltar a sonhar”, defende Susana Sardo.
As atividades no dia 30 de abril, no novo espaço do CEJ (piso 1 da Biblioteca da UA), encerram com um apontamento musical de Pri Azevedo, pianista brasileira que quis vir estudar com o docente e músico Luís Figueiredo na UA, sendo atualmente aluna do segundo ano do Mestrado em Música – Performance. Pri Azevedo participou, em duo, com Luciana Balby, no programa televisivo “The Voice Portugal”.